O barómetro da Associação Portuguesa do Setor Privado de Emprego e de Recursos Humanos feito em parceria com o ISCTE, mostra um aumento de 2,5% na colocação de trabalhadores com contrato de trabalho temporário, no último trimestre de 2024, face ao primeiro trimestre desse ano. Em 2024 foram colocados 353.771 trabalhadores com contrato de trabalho temporário.
“É possível observar em 2024 uma tendência positiva na colocação de trabalhadores com contrato de trabalho temporário, com 176 mil colocações no primeiro semestre e 177.771 na segunda metade do ano. Por outro lado, os seis meses seguintes revelam uma diminuição face ao período homólogo de 2023 (menos 15.497 colocados)”, referiu o barómetro.
Em 2024, verificou-se uma descida no quarto trimestre de -3,1% face ao terceiro trimestre na colocação de trabalhadores com contrato de trabalho temporário, “o que se traduz em menos 2.811 pessoas, num total de 87.480 colocações. Houve ainda um ligeiro aumento de 2,5% nos últimos três meses do ano, em relação ao primeiro trimestre de 2024 (mais 2.108 pessoas)”, indica o barómetro.
“Observa-se ainda uma diminuição nas colocações de trabalho temporário no quatro trimestre de 2024, face ao período homólogo de 2023, com uma diminuição total de menos 15.497 colocados. Numa análise mais detalhada, verifica-se que foram colocadas também menos 2.172 pessoas em outubro (-6,6%); menos 2.430 pessoas em novembro (-7,7%) e menos 367 pessoas em dezembro (-1,3%)”, indicaram os dados do barómetro.
No total houve a diminuição no número de colocações no quatro trimestre de 2024, face ao ano anterior. A descida foi de 5,4% (92.449 em 2023 vs. 87.480 em 2024) ficando 16,4% abaixo do mesmo período em 2022 (104.685 colocações). “Relativamente ao acumulado do ano de 2024, foram colocados 353.771 profissionais em trabalho temporário, o que representa um decréscimo de -10,1% face ao ano de 2023 (393.594 colocações)”, revela o barómetro.
“O Índice do Trabalho Temporário (Índice TT), apesar de estar em grande parte do ano de 2024 abaixo dos valores verificados em 2023, mostra sinais muito positivos de crescimento, sobretudo, no último trimestre do ano, fixando-se em 0,93 em outubro, 0,92 em novembro e 0,99 em dezembro. Os últimos três meses de 2024 alcançam mesmo os valores mais elevados do ano, e também face ao período homólogo de 2023, concluindo assim este período de forma muito positiva”, diz o barómetro.
Na caracterização dos trabalhadores temporários há um aumento da contratação de trabalhadoras do género feminino em dezembro (47%), em relação a outubro e novembro (46% em ambos), e na distribuição etária, entre 26% a 27% dos colocados têm idade média acima dos 40 anos, no quatro trimestre de 2024. “Também é significativa (cerca de 21%) a percentagem de colocados com idades entre os 25 e os 29 anos”, refere o barómetro.
“O ensino básico mantém-se o nível de escolaridade predominante nas colocações efetuadas de trabalhadores com contrato de trabalho temporário (entre 59% a 61% no 4º trimestre de 2024). As colocações de ensino secundário (31% a 32%) ocupam o segundo lugar. Em outubro e novembro, pessoas com licenciatura mantêm cerca de 8% das colocações. Quanto ao mês de dezembro são em torno de 7% os trabalhadores com este grau de escolaridade”, de acordo com o barómetro.
Por setores as empresas de “Fornecimento de refeições para eventos e outras atividades” estão em primeiro lugar no quatro trimestre de 2024 (cerca de 9% a 10%). “As empresas de “Fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis” assumem o segundo lugar nos setores de atividade do Trabalho Temporário nos últimos três meses do ano passado, representando cerca de 8% a 9%. Em outubro e novembro, a terceira posição é ocupada pelas empresas de “Atividades auxiliares dos transportes” (8%) e no mês de dezembro este lugar pertence às empresas de “Atividades de serviços administrativos e de apoio” (6%)”, salienta o barómetro.
“Na distribuição do trabalho temporário por principais profissões, no quatro trimestre de 2024 destacam-se as “Outras profissões elementares” (entre 29% e 31%), seguindo-se os “Empregados de aprovisionamento, armazém, de serviços de apoio à produção e transportes” (20% a 22%). Em terceiro lugar, estão os “Assistentes na preparação de refeições” (9% a 10%)”, indica o barómetro.
A diretora executiva da Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e Recursos Humanos, Carla Sequeira, considera “encorajador” verificar que, “apesar dos desafios registados ao longo de 2024, o setor do trabalho temporário demonstrou sinais de resiliência e recuperação” no final do ano.
“O crescimento de 2,5% no último trimestre em relação ao primeiro trimestre reflete a capacidade das empresas ajustarem-se às necessidades do mercado. Vamos continuar a trabalhar para promover um setor mais dinâmico, que responda de forma ágil às exigências da economia e que assegure cada vez mais oportunidades para os trabalhadores nesta área”, disse Carla Sequeira.
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