Colômbia: candidato presidencial atingido a tiro em Bogotá

O senador colombiano Miguel Uribe Turbay, candidato às eleições presidenciais do próximo ano, foi baleado e ferido num comício de campanha em Bogotá no sábado. O seu partido, o conservador Centro Democrático, emitiu um comunicado em que considera o incidente “um ato de violência inaceitável”. O ataque ocorreu num parque do bairro de Fontibón, quando assaltantes armados dispararam nas costas do candidato, informou o Centro Democrático, o mesmo partido do antigo presidente Álvaro Uribe – mas cujo nome é apenas uma coincidência.

Um comunicado médico do hospital Fundación Santa Fe informa que o senador foi internado em estado crítico e está a ser submetido a um “procedimento neurocirúrgico e vascular periférico”. “Miguel está a lutar pela sua vida”, escreveu a sua mulher, María Claudia Tarazona, nas redes sociais. A Procuradoria-Geral da República, que está a investigar o atentado, disse que o senador foi atingido por dois tiros, que também deixou outras duas pessoas feridas. De acordo com o comunicado daquela entidade, um adolescente de 15 anos foi detido no local do crime com uma arma de fogo.

O governo colombiano anunciou uma recompensa pela captura de todos os responsáveis. “Respeitar a vida, essa é a linha vermelha”, escreveu o presidente Gustavo Petro numa mensagem nas redes sociais. Pouco depois dessa mensagem, Petro cancelou uma viagem planeada a França “devido à gravidade dos acontecimentos”, de acordo com um comunicado presidencial.

No final da noite de sábado, depois de liderar uma sessão extraordinária do Conselho de Segurança, o primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia prometeu “total transparência” na investigação e deter os autores do ataque. Também anunciou uma investigação sobre possíveis falhas na segurança do senador.

A agência Euronews recorda que Uribe Turbay é filho de um jornalista que foi sequestrado e assassinado em 1991, durante um dos períodos mais violentos do país. A Colômbia realizará eleições presidenciais em 31 de maio de 2026, no final do mandato de Petro. O senador anunciou a sua candidatura presidencial em março.

As reações foram rápidas em toda a América Latina. O presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmou que “não há espaço nem justificação para a violência numa democracia”, enquanto o presidente do Equador, Daniel Noboa, disse que “condenamos todas as formas de violência e intolerância”. Ambos os presidentes prestaram a sua solidariedade à família do senador.