O Presidente da República demitiu-o, e ao seu governo. Acusou-o de deslealdade institucional e de falta de informação. Surpreendeu-o?
Sim e não. Sim, porque não foram respeitados os requisitos constitucionais. Não há como, no nosso sistema, demitir um primeiro-ministro sem apresentar o argumento principal, que é o disfuncionamento institucional. E, sem ouvir, primeiro, o Conselho de Estado.
Ora, de tudo o que eu ouvi da parte do Presidente da República, nada tem a ver com o disfuncionamento das instituições democráticas. E dentro da atrapalhação para demitir o primeiro-ministro Patrice Trovoada não houve auscultação prévia do Conselho de Estado. Por isso, essa maneira de desrespeitar a Constituição surpreende-me, sim.
Fui observando algumas tensões e algumas atitudes no relacionamento com Carlos Vila Nova, Presidente da República, mas nunca pensei que assuntos pessoais pudessem levar a uma perturbação institucional deste tamanho. E, sobretudo, desrespeitando a Constituição, demitindo um governo com maioria absoluta e que surgiu nas circunstâncias que surgiu em São Tomé e Príncipe.
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