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Com as exportações a recuperar, Alemanha pode evitar recessão técnica “no último minuto”

Crescimento alemão contraiu 0,1% no segundo trimestre, colocando a maior economia europeia mais perto de entrar em recessão técnica. No entanto, recuperação das exportações de 1,5% em setembro, pode evitar recessão técnica.
8 Novembro 2019, 13h29

As exportações alemãs recuperaram em setembro, com uma expansão de 1,5%, face ao mês anterior, impulsionadas pelo comércio com a zona euro e com os Estados Unidos. Os dados divulgados esta sexta-feira pelo Statistisches Bundesamt podem sinalizar que uma recessão técnica da maior economia europeia pode ser evitada.

“Os dados comerciais de hoje deixam os analistas ligeiramente confusos”, diz Carsten Brzeski, economista-chefe do ING Germany, numa nota de research, destacando que “apesar dos infortúnios comerciais, as exportações alemãs tiveram um trimestre acima do esperado”.

Segundo o organismo de estatística alemão, as exportações alemãs para a União Europeia cresceram 5,6% em setembro e 4,8% para a zona euro.

Em termos globais, as exportações alemãs para os Estados Unidos tornaram-se tão importantes como em 2015. “Nos primeiros nove meses do ano, as exportações para os EUA representaram 9% de todas as exportações alemãs. Ao mesmo tempo, no entanto, as exportações para a China estão a cair”, explica Carsten Brzeski.

Por outro lado, as importações subiram 2,3% face a igual mês de 2018. A compra de bens a parceiros da União Europeia cresceu 2,1% e aos da zona euro 1,4%.

O PIB alemão será publicado a 22 de novembro, mas os dados sobre as exportações e importações deu sinais positivos sobre a saúde da economia alemã, depois da contração de 0,1% registada no segundo trimestre e de ter crescido 0,4% nos primeiros três meses do ano.

“Embora não haja dúvida de que a indústria está em recessão, a economia alemã global poderá ter evitado outra contração – e, portanto, uma recessão técnica – no último minuto. Ainda assim, com contração ou não, permanece o fato de que a economia alemã está de fato estagnada há mais de um ano. Isso claramente não é motivo de alegria”, disse o analista do ING Germany.

A Comissão Europeia cortou as projeções de crescimento para a economia alemã este ano e para 2020. Nas previsões de outono, divulgadas esta quinta-feira, Bruxelas prevê uma expansão de 0,4% em 2019, face aos 0,5% do anterior relatório, e para 1,0% em 2020, face à anterior estimativa de 1,4%. Em outubro, também o FMI cortou as projeções, devido à menor procura externa registada na primeira metade deste ano, apontando um crescimento de 0,5% este ano e 1,2% no próximo.

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