É um veterano do sector dos combustíveis em Portugal, com mais de 30 anos de experiência. Rui Romano lidera a rede de postos de combustível da espanhola Cepsa no país que conta com 256 postos. Em conversa com o Jornal Económico, o responsável revela a sua preocupação com a já existente compra fraudulenta de combustíveis em Espanha (e que custa 50 milhões de euros por anos aos cofres públicos) e defende uma maior atuação das autoridades nacionais. E deixa um aviso sobre um novo fenómeno em Espanha de importação de combustíveis fraudulentos, possivelmente vindos da Rússia via Turquia, que é operado por uma “máfia” que antes operava em Itália e que agora instalou-se no país vizinho.
Alguma questão que os preocupe no mercado atual?
Temos uma questão que nos preocupa particularmente, que é um problema: a concorrência ilegal. A maior parte dos operadores funcionam de forma legal e de forma correta, cada um com a sua proposta comercial, cada um com a sua identidade, mas depois há os outros operadores que não funcionam dentro desses princípios. E temos um problema há muitos anos, que é a importação fraudulenta de combustíveis de Espanha e isto distorce o mercado face a quem trabalha de forma legal e honesta e que tem todos os componentes que são obrigatórios por lei, e que paga impostos. Temos que conviver com alguns distribuidores ou importadores que não o fazem da mesma forma e que conseguem colocar no mercado produtos com preços diferentes. Estão a retirar impostos ao nosso país. Até nesta questão, ao introduzirem biocombustíveis sem o teor de bio, estão a aumentar as emissões em Portugal. Acima de tudo, não há justiça nesse mercado e existem situações de problemas de qualidade do combustível. O cliente final muitas vezes não sabe: vê o preço que é convidativo e não sabe se está a comprar produto homologado ou não.
Lançaria algum apelo ao Governo sobre esta questão?
É preciso regular aquilo que vem de fora, é a nossa maior preocupação. Sentimos que é uma necessidade porque nos prejudica, mas também porque prejudica todos os portugueses. Por cada cisterna que entra no país, sem impostos ou sem os bios necessários, somos todos nós que estamos a pagar.
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