O novo aeroporto do Montijo vai ser abastecido por 20 camiões cisterna por dia. Tal como o aeroporto de Lisboa, também o do Montijo vai ser abastecido via transporte rodoviário de combustíveis, com consequências para o tráfego rodoviário e para a consequente poluição ambiental.
“O abastecimento será realizado através de camião cisterna, prevê-se que acedam ao aeroporto cerca de 20 camiões por dia”, de acordo com o estudo de impacte ambiental publicado esta segunda-feira, 29 de julho.
“No ano de arranque da instalação, 2022, é previsível que o abastecimento de JET A1 [combustível para a aviação] ao aeroporto seja somente realizado por camiões cisterna”, pode-se ler no documento.
Segundo o estudo, não está previsto na fase inicial que o combustível seja transportado através de oleoduto, nem é avançada nenhuma data para que esta infra-estrutura esteja operacional.
O estudo aponta a “possibilidade de o abastecimento ser também realizado através de pipeline [oleoduto]”, mas somente “numa fase posterior”, sem avançar com nenhuma data.
A atual Base Aérea nº6 está ligada ao sistema de oleodutos militares da POL Nato. Esta infra-estrutura militar é constituída por depósitos de combustíveis na Trafaria, onde os navios podem descarregar o combustível para uma parque de armazenagem. A partir daqui, o combustível deveria seguir para a rede de oleodutos existentes, cujo objetivo inicial era transportar combustível até à Base Naval do Alfeite e à Base Aérea do Montijo.
No entanto, este oleoduto não está a funcionar para a base do Montijo. “Segundo se apurou na BA6 [Base Aérea nº6], este dispositivo não está a ser utilizado e não deverá estar operacional”, segundo o EIA.
No novo aeroporto será necessário construir três tanques de combustível para a aviação, com uma capacidade de 2.750 metros cúbicos cada um. A partir de 2042, será necessário construir um quarto tanque de combustível, com a mesma capacidade.
Este armazenamento vai permitir ao aeroporto que tenha capacidade de fornecimento de combustível durante três dias, “tendo em conta o tráfego aéreo de aeronaves estimado”. Os combustíveis vão ser geridos pelo Grupo Operacional de Combustíveis (GOC).
Estas infraestruturas da NATO são atualmente geridas pela Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE), que tem em “curso diversas atividades com vista à operacionalização, ao melhoramento e à utilização comercial dos oleodutos militares das instalações da POL NATO que permitam fornecer as duas bases militares principais: a Base Naval de Lisboa (BNL), no Alfeite e a Base Aérea N.º 6, no Montijo”, pode-se ler no documento.
Recorde-se que o abastecimento do aeroporto de Lisboa através de camiões cisterna voltou a levantar polémica em abril deste ano, devido à greve dos motoristas de matérias perigosas, o que provocou uma escassez de combustível no aeroporto Humberto Delgado.
Depois desta crise, foi anunciada a construção de um oleoduto para abastecer o aeroporto de Lisboa que vai ser construído até ao primeiro semestre de 2021 com um custo previsto de 40 milhões de euros.
A infra-estrutura vai ser construída pela Companhia Logística de Combustíveis (CLC), que detém o parque de armazenamento de combustíveis em Aveiras de Cima. A CLC é detida por vários acionistas: Petrogal do grupo Galp (65%), BP Portugal (15%), Repsol (15%) e Rubis (5%).
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