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Comissão de trabalhadores da CGD alerta que há balcões a trabalhar com apenas um colaborador

A Comissão de trabalhadores da Caixa afirma que o plano de transformação dos balcões está a reduzir o número de trabalhadores em cada agência, havendo casos em que há apenas uma pessoa a prestar apoio aos clientes. O banco estatal diz que isto acontece em 1,9% do total das agências.
3 Outubro 2024, 17h04

A Comissão de Trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) alerta que o processo de transformação de agências que o banco estatal tem em curso está a ditar uma “degradação” do serviço público prestado às populações, com as operações a serem realizadas sobretudo em caixas multibanco e numa altura em que há uma redução dos recursos alocados. Há casos, refere, em que os balcões têm apenas um trabalhador a prestar apoio aos clientes. Já o banco estatal afirma que isto acontece em apenas 1,9% do total das agências.

“O plano de transformação na CGD aumenta a degradação e diminuição da estrutura orgânica de agências a prestar serviço público bancário às populações”, indica a CT num comunicado divulgado esta quinta-feira, notando que a “redução drástica e contínua, muda de paradigma em 2024 por via de processos de transformação de agências, sem todas as capacidades operacionais, em locais de trabalho com parcas condições de atendimento e baseados nos automatismos de utilização pelo cliente” em zonas onde existem “défices de literacia e dificuldades de manuseamento destes meios”.

As agências incluídas neste plano de transformação “são apresentadas como podendo ser de quadro variável, sem serviço de tesouraria presencial e funcionando com um parque automático para as funcionalidades gerais de transacionalidade em automação de serviço por parte dos clientes, sendo sobretudo focadas na vertente comercial de atendimento e venda de produtos”, refere, numa “rotura com o histórico da CGD de quadro mínimo de quatro trabalhadores”.

De acordo com a CT, “estes modelos estão a ser espalhados pelo país num quadro de risco absoluto e serviço mínimo, apresentando estas agências NOMA SMART, com quadro de um a três trabalhadores, sendo preocupante sobretudo o lay-out de um único trabalhador com parecer negativo emitido pela CT e pelo GPS (Gabinete de Proteção e Segurança da CGD), evidenciando riscos de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) e uma menorização do valor de serviço aos clientes, que opta pelos automatismos em autosserviço, mesmo em áreas remotas do país”.

Questionada pelo Jornal Económico sobre este tema, fonte oficial da CGD afirma que a “percentagem de agências da Caixa com um trabalhador é de 1,9% do total das agências da Caixa”, referindo que estão “todas equipadas com o mais moderno equipamento da Caixa que permite, 24 horas por dia, fazer depósitos e levantamentos em quantidade superior às máquinas tradicionais, em notas ou moedas. Só em 2024, estamos a investir 45 milhões de euros na renovação das agências e no investimento em equipamento automático”.

O banco liderado por Paulo Macedo indica ainda que o “número de comerciais, nestas agências de proximidade, depende da procura, tal como é a prática normal em toda a Europa”, garantindo que tem “mantido a capilaridade territorial das suas agências nos últimos anos, numa altura em que 98% das transações financeiras da Caixa são realizadas no digital, ou através de máquinas automáticas”.

“O trabalho de literacia financeira que os comerciais têm realizado com os clientes nas agências, tem sido relevante para que o maior número de clientes possa realizar digitalmente as operações bancárias, sem ter de se deslocar a uma agência”, conclui.

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