[weglot_switcher]

Comissão de Trabalhadores da Meo apresentou proposta para travar despedimento coletivo mas administração recusou

A entidade “entende que este despedimento coletivo é injustificável, impróprio, imoral e ilegal”. 
  • Concentração de representantes dos sindicatos que compõem a Frente Sindical (SINTTAV, STPT; SNTCT, STT; Federação dos Engenheiros e SINQUADROS) e a comissão de trabalhadores da Altice Portugal, de protesto pela decisão da Altice Portugal de avançar com um despedimento coletivo
30 Julho 2021, 15h51

A Comissão de Trabalhadores da Meo tentou negociar o despedimento coletivo anunciado pelo grupo Altice Portugal, mas a administração da empresa terá recusado, afirma a própria comissão em comunicado.

A Comissão alerta que “a fase de informações e negociação do processo de despedimento coletivo na Meo, com a presença do Ministério do Trabalho (DGERT), chegou ao fim na passada segunda-feira, 26 de julho, por imposição unilateral da Meo e dos representantes dos escritórios de advogados”. “Esta fase não foi nenhuma negociação, pois a empresa fecha-se sobre si mesma”, alerta a comissão.

“A Comissão de Trabalhadores da Meo disse que não aceitava o encerramento unilateral da fase de informação e negociação com a presença de representante da DGERT e solicitou uma nova reunião para o dia 3 de Agosto, isto para poder auscultar os trabalhadores e realizar um conjunto de plenários que já estavam em andamento”, explica, ao que, mais uma vez, a empresa recusou.

Posteriormente às duas recusas, a Comissão entregou duas declarações para a ata da reunião. “Uma declaração em que a Comissão de Trabalhadores da Meo contestava e não dava como aceite o encerramento da fase de informações e negociação do processo de despedimento coletivo, por entender que havia condições para continuar a apresentar propostas e alternativas à intenção de despedimento de 232 trabalhadores da empresa, e a representação da empresa recusou-as sempre liminarmente, sem qualquer fundamento válido, demonstrando que pretendia única e exclusivamente descartar e deitar borda fora os trabalhadores envolvidos neste despedimento coletivo como números”, lê-se.

A entidade “entende que este despedimento coletivo é injustificável, impróprio, imoral e ilegal”.

Na segunda declaração, a comissão apresentou uma alternativa ao despedimento, onde “os trabalhadores que tenham 50 anos ou mais anos de idade deveriam sair do ativo através de Suspensões de Contrato de Trabalho ou Pré-reforma em idênticas condições ao Programa Pessoa II, que decorreu entre o dia 4 de Março e o dia 30 de Abril, e no qual saíram do ativo cerca de 1.100 trabalhadores” e os trabalhadores que não quisessem sair do ativo ou que não tivessem mais de 50 anos, até 31 de dezembro de 2021, “deviam ser alvo de reorientação na carreira/funções através de um processo de reconversão profissional impulsionado por programas de formação dirigidos e adequados. Também esta proposta foi recusada pela empresa.

“A Comissão de Trabalhadores não pode deixar de lamentar e denunciar a intransigência da empresa neste processo que inclusive recusou, na presença de um representante do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), programas de formação “à medida” e subsidiados pelo IEFP para a reconversão e qualificação profissional dos trabalhadores envolvidos para assim retira-los da intenção de despedimento coletivo e envolve-los profissionalmente”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.