A Comissão de Trabalhadores (CT) da MEO anunciou que se vai constituir como assistente na Operação Picoas, que investiga vários negócios que podem ter lesado a Altice em cerca de 100 milhões de euros. Esta decisão vem no seguimento da possibilidade da venda total ou parcial da Altice Portugal.
“Esta medida é tomada em prol da transparência, justiça e defesa dos interesses dos trabalhadores da MEO, visando assegurar a recuperação do património subtraído, num cenário onde a transparência e colaboração da administração da Altice Portugal têm estado notoriamente ausentes”, revela a CT em comunicado.
A CT já tinha pedido à administração da Altice Portugal para exercer o ‘controlo de gestão’, um direito que está presenta na lei, no entanto a administração da Altice recusou este pedido, reforçando assim a “necessidade de intervenção da CT”.
Jorge Pinto, coordenador da CT da MEO, afirma que “a falta de transparência e colaboração da administração da Altice Portugal reforçou a nossa convicção de que é essencial nos constituirmos assistentes no processo. Ao prejudicarem a empresa, afetaram várias gerações de trabalhadores que contribuíram para o que era a Portugal Telecom”.
Tem-se falado muito sobre a possível venda total ou parcial da Altice Portugal, sendo que a CT queixa-se sobre a “falta de informações adicionais fornecidas”, revelando que “até ao momento, a empresa comunicou apenas a existência de um processo de avaliação periódica do valor das empresas no mercado, descrito como normal”. A CT pede maiores esclarecimentos sobre este assunto à Altice.
De relembrar que a Operação Picoas desencadeou, a 13 de julho, a detenção do cofundador do grupo Altice, Armando Pereira e de Hernâni Vaz Antunes. A operação contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias. No entanto, Armando Pereira pagou a sua caução de dez milhões de euros e saiu em liberdade.
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