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Comissão Liquidatária do BPP reporta situação líquida negativa de mais de mil milhões

A situação líquida é negativa em, aproximadamente, 1.041 milhões e inclui um prejuízo de cerca de 0,65 milhões de euros segundo o relatório da Comissão Liquidatária que foi entregue ao Tribunal.
15 Junho 2024, 16h18

Foi finalmente entregue pela Comissão Liquidatária ao Tribunal do Comércio de Lisboa o relatório com as contas do BPP a 30 de setembro de 2023. O valor do ativo soma apenas 225 milhões de euros. A notícia faz parte da edição impressa do Jornal Económico desta sexta-feira.

A Comissão Liquidatária do Banco Privado Português (BPP) só entregou no passado dia 5 de junho o relatório sobre o estado da liquidação do banco relativo a setembro de 2023 ao Tribunal do Comércio, apesar de, por regra, terem de ser enviados todos os trimestres.

No relatório de setembro de 2023 verifica-se que para fazer face aos créditos reconhecidos de 1.266 milhões de euros, só existem 225 milhões de ativos.

A situação líquida é assim negativa em, aproximadamente, 1.041 milhões e inclui um prejuízo de cerca de 0,65 milhões de euros segundo o relatório.

Do total do crédito garantido do Estado de quase 447 milhões de euros já foram pagos 410,9 milhões de euros.

“Entretanto, decorrem negociações com uma entidade que manifestou o seu interesse em adquirir as cinco frações autónomas onde se encontra depositada a maioria das obras de arte que constituem a Coleção Ellipse/Holma”, avança a Comissão Liquidatária no relatório.

O documento detalha ainda que durante o terceiro trimestre de 2023 “foram celebrados dois acordos de compra e venda relativos aos dois edifícios, sitos na Rua Alexandre Herculano e na Rua Mouzinho da Silveira, prevendo-se que as escrituras ocorram em janeiro de 2024 e janeiro de 2026, respetiva mente”.

Jaime Antunes, ao JE, diz que a Comissão de Credores “continua sem fiscalizar o trabalho da Comissão Liquidatária do BPP” e que “o último relatório, apresentado recentemente pela CL, continua sem o visto da Comissão de Credores. Isto, mesmo depois do aviso do Tribunal de Comércio a intimar o visto, reconhecido pela própria CL neste último relatório entregue e relativo a setembro de 2023, ou seja, com pelo menos dois trimestres de atraso”.

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