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Como Carlos Ghosn perdeu 45 milhões de euros em quase dois anos

Segundo estimativas do índice de milionários da Bloomberg, o ex CEO da Nissan viu a sua fortuna pessoal encolher de 120 milhões dólares (107 milhões de euros) para 70 milhões de dólares (62 milhões de euros) desde a sua primeira aparição em tribunal, em abril do ano passado.
  • Carlos Ghosn
13 Janeiro 2020, 07h40

Segundo estimativas do índice de milionários da Bloomberg, o ex CEO da Nissan viu a sua fortuna pessoal encolher de 120 milhões dólares (107 milhões de euros) para 70 milhões de dólares (62 milhões de euros) desde a sua primeira aparição em tribunal, em abril do ano passado. Ou seja, uma perda de 50 milhões de dólares (45 milhões de euros) em quase dois anos.

Os custos foram calculados da seguinte forma: 14 milhões de dólares (12,5 milhões de euros)quando em março de 2019, o tribunal de Tóquio lhe concedeu liberdade sob fiança. Já a operação que o levou do Japão para o Líbano ter-lhe-á custado mais de 15 milhões de dólares (13,4 milhões de euros), incluindo os custos do avião particular de uma equipa de 25 pessoas que o terá ajudado na fuga, segundo um especialista em segurança consultado pela agência noticiosa.

Os restantes 21 milhões de dólares ( 18,8 milhões de euros) dizem respeito às compensações financeiras canceladas pela Nissan e pela Renault quando abandonou cargos executivos. O empresário tinha que se apresentar, nos próximos meses, perante os tribunais de Tóquio para responder às irregularidades financeiras de que é acusado durante a gestão da Nissan Motor. Acusado do crime de desvio de dinheiro, fraude fiscal e gestão danosa, o processo de Ghosn deveria começar a ser julgado no Japão no mês de abril deste ano.

Recorde-se que na semana passada o Líbano recebeu uma ordem de prisão da Interpol emitida contra Carlos Ghosn, ex-CEO da Renault-Nissan. Albert Serhan, ministro da Justiça libanês, confirmaria que a procuradoria do país recebeu o Red Notice da Interpol. Estes avisos são solicitações às agências policiais em todo o mundo para que localizem e detenham provisoriamente um fugitivo procurado.

O Líbano e o Japão não partilham tratados de extradição e o mandado da Interpol, que sugere às autoridades que localizem e detenham provisoriamente o fugitivo, não é vinculativo. Beirute já informou que Ghosn entrou no Líbano usando um passaporte válido.

Paralelamente, o antigo presidente da Renault/Nissan pode vir a enfrentar um novo processo judicial em Beirute relacionado com uma visita que efetuou a Israel em 2008. Na conferência de imprensa de quarta-feira passada, Carlos Ghosn pediu desculpas ao Estado libanês, afirmando que nunca quis ofender “ninguém” quando se deslocou a Israel com documentos franceses onde apresentou um projeto de veículos elétricos da Renault/Nissan.

Ghosn – que tem cidadania libanesa, francesa e brasileira – agradeceu a hospitalidade das autoridades do Líbano.

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