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Como irá reagir o ouro ao aumento das taxas?

O ouro há muito que é visto como uma reserva de valor. Este fator é especialmente importante numa altura em que assistimos a um forte aumento dos preços ao consumidor em todo o mundo. Ao mesmo tempo, o ouro é sensível ao que acontece com as taxas de juro.
24 Fevereiro 2022, 11h27

 

Os anos de 2019 e 2020 foram fenomenais para o ouro. Os investidores esperavam que começasse uma tendência de alta de longo prazo, semelhante à do início deste milénio, que culminou em 2011. O ouro atingiu novos máximos de sempre acima dos 2000 dólares por onça em agosto de 2020, e a partir daí iniciou uma tendência de queda. Apesar das expectativas positivas, o ouro já não foi o ativo preferido dos investidores e desvalorizou em 2021. No entanto, os preços permanecem elevados, considerando a média de longo prazo, o que pode afetar positivamente os investidores a curto e longo prazo.

2022 pode vir a revelar-se único para muitas classes de ativos. A economia global ainda está a lutar contra a pandemia, embora haja a esperança de que estamos, finalmente, perto do seu fim. As medidas extremas levadas a cabo pelos governos e bancos centrais em todo o mundo nos últimos dois anos levaram não só a um aumento gigantesco dos preços de muitos ativos, mas sobretudo a um aumento dos preços do consumidor comum. No atual contexto inflacionista, deveríamos esperar uma boa performance do ouro. Contudo, uma inflação elevada anuncia um aumento das taxas de juro, o que, teoricamente, poderia prejudicar os preços do ouro.

Como é que o ouro irá reagir ao aumento das taxas de juro?

Os bancos centrais revolucionaram os mercados financeiros nos últimos 20 anos, utilizando instrumentos não convencionais de política monetária. Ou seja, a Fed, o Banco Central Europeu, o Banco de Inglaterra ou o Banco do Japão inundaram o mercado com dinheiro muito barato, que se destinava a reduzir as taxas de juro do mercado. A expansão dos balanços dos quatro maiores bancos centrais do mundo atingiu, em média, 13% por ano. No ano passado, no entanto, assistiu-se a um abrandamento para 10%, e em 2022 poderá haver pouca ou nenhuma alteração, dada a anunciada redução do balanço por parte da Reserva Federal. Em anos anteriores, o baixo ritmo de expansão do balanço não ajudou os investidores no mercado do ouro.

Por outro lado, vale a pena observar a quantidade de ouro que fisicamente entra no mercado. Se fosse em grande quantidade em comparação com o papel-moeda, o ouro não seria distinguido de outros metais industriais. Neste caso, a expansão média a longo prazo da oferta de ouro excede ligeiramente os 2,5%. Além disso, a taxa de aumento da oferta está a abrandar, o que está relacionado com a contínua diminuição dos depósitos de ouro na crosta terrestre. Apesar da expansão da indústria de reciclagem do ouro nos últimos anos e da recuperação por parte das empresas mineiras, a taxa de crescimento da oferta está a diminuir, o que deverá afetar positivamente o mercado a longo prazo.

A primeira subida das taxas de juro nos Estados Unidos terá, provavelmente, lugar em março devido à elevada inflação e a um mercado de trabalho muito forte nos EUA. Quando olhamos para o passado, verificamos que o ouro teve o pior desempenho mesmo antes da primeira subida das taxas de juro. Além disso, o preço do ouro normalmente ganhou após a primeira subida da taxa de juro. No entanto, os maiores retornos ocorreram entre 6 a 12 meses após a primeira subida.

O preço do ouro subiu acentuadamente nos primeiros 6 meses após a primeira subida. Se começarmos a analisar a flutuação dos preços do ouro em comparação com a próxima subida em março, então, nesta perspectiva, o ouro desvalorizou neste momento.

Então, porque é que o ouro valoriza após a subida quando as taxas de juro são bastante negativas para as matérias-primas? É devido principalmente à tomada de riscos e ao fecho de posições curtas. Além disso, a partir da primeira subida das taxas, os investidores preparam-se para uma potencial desaceleração económica e uma maior cobertura de risco dos seus investimentos.

Variação do preço do ouro antes e depois da primeira subida dos juros

 

Fonte: Bloomberg

O que poderá acontecer a seguir?

Se o ouro permanecer sob a pressão vendedora até à primeira subida das taxas, poderá assumir-se que a reação às ações da Fed será semelhante à do passado. No entanto, vale a pena relembrar que o movimento ascendente pode ser limitado na primeira fase, enquanto que no período de 6 a 12 meses, o preço poderá consolidar, como aconteceu em 2015. Muito dependerá do desenvolvimento da economia global. O cenário mais provável pressupõe que a Fed terá um comportamento semelhante ao de 2018. Nessa altura, os bancos centrais começaram a reduzir as taxas muito rapidamente e introduziram também o programa de QE. No entanto, é de salientar que muito dependerá das condições da economia e da taxa de crescimento da inflação.

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Este conteúdo patrocinado foi produzido em colaboração com a XTB.

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