Corria o ano de 2003 quando entrevistei, pela primeira vez, António Arnaut. Recebeu-me no seu escritório, rodeado de papéis, pastas, livros. Antes de submeter às questões que tinha alinhavado, pediu-me um minuto. Foi a uma estante, e de lá retirou uma pasta de cartão, onde se podia ler em letras garrafais: SNS.
– “Está aqui tudo, confessou. Para que não se perca”.
À questão, incontornável sobre se SNS que tínhamos à época era o mesmo que idealizara quando concebeu a lei que o instituiu em 1979, respondeu, sem hesitar “o SNS mantém, no essencial, os valores que presidiram à sua criação. O imperativo constitucional, previsto na constituição de 1976 e mantido nas sucessivas revisões, em que o Estado se obriga a criar um SNS universal e gratuito que garanta a todos os Portugueses, em igualdade de circunstâncias, o acesso aos cuidados de saúde, mantém-se. Na revisão de 1978 foi feita uma pequena alteração: o SNS, de gratuito, passou a ser tendencialmente gratuito. Até agora temos conseguido resistir à tentativa da Direita de esvaziar o sistema”.
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