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Como se escolhem os nomes das tempestades?

A tempestade Ana, em 2017, foi a primeira a ser batizada com um nome humano em Portugal. Só terão nomes aquelas que possam produzir um grande impacto em bens e pessoas.
22 Dezembro 2019, 12h27

A iniciativa de nomear tempestades resultou de uma colaboração entre as agências de meteorologia portuguesa (IPMA), espanhola (AEMET) e francesa (MétéoFrance). O projecto pretende “assegurar e facilitar a cooperação” entre os serviços de meteorologia dos países e melhorar a comunicação entre as autoridades.

Uma experiência semelhante desenvolvida desde 2015 no Reino Unido e na Irlanda demonstrou que a população permanece mais atenta às recomendações de segurança quando a ameaça está claramente identificada.

No entanto, segundo a agência Estatal de Meteorologia de Espanha, nem todas as tempestades serão batizadas – só “aquelas que se agravem de tal maneira que possam produzir um grande impacto em bens e pessoas”, explica o organismo. O primeiro dos três países a emitir um “aviso de nível laranja ou vermelho dará o nome à tempestade” seguindo a “lista pré-estabelecida e informando os outros dois”.

Se a tempestade já tiver sido nomeada pelo Centro Nacional de Furacões (NHC) de Miami, por já ter afetado antes a América Central e se dirigir depois para a zona da Europa, deverá ser utilizado o mesmo nome, acrescentando-se o prefixo “ex-“.

Em 2017, num comunicado da Proteção Civil portuguesa, a tempestade Ana provocou 3.187 ocorrências, das quais 1.997 foram quedas de árvores, 370 foram inundações, 632 foram quedas de árvores, 152 corresponderam a limpezas de vias e 34 dizem respeito a movimentos de massa.

Agora, o mau tempo provocado pela depressão Elsa, entre quarta e sexta-feira, a que se juntou hoje o impacto da depressão Fabien, provocou também condicionamentos na circulação rodoviária, bem como danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.

No balanço realizado às 20h00 de sábado, a Proteção Civil indicou que a situação mais complicada continuava a ser a registada no distrito de Coimbra, sublinhando que os rios Mondego e Tejo (na zona de Constância) se encontram em alerta vermelho.

Os fortes efeitos do mau tempo, que se fazem sentir desde quarta-feira, já provocaram dois mortos, um desaparecido, deixaram 144 pessoas desalojadas e 320 pessoas deslocadas por precaução, registando-se mais de 11.200 ocorrências no continente português, na maioria inundações e quedas de árvore.

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