Manuela Vasconcelos Simões, companheira de João Tiago Silveira, que foi secretário de Estado da Justiça e, depois, da Presidência, no governo de José Sócrates é a nova diretora jurídica da TAP, ocupando o cargo que Stéphanie Silva, mulher de Fernando Medina, atual ministro das Finanças, assumiu até Março do ano passado.
Antes de ser contratada pela companhia aérea, Manuela Vasconcelos Simões foi Head of Legal & Compliance da Seguradora Tranquilidade. Funções que já tinha desempenhado na divisão portuguesa do Deustche Bank, Ocupa, desde o mês passado, o cargo de diretora jurídica da TAP, conforme o Jornal Económico noticiou e a própria indica no seu perfil da rede social LinkedIn.
O Semanário Novo questionou a nova diretora jurídica, através da TAP, sobre se em causa poderá estar um conflito de interesses, mas não obteve resposta em tempo útil. A posição naquele departamento ficou vaga quando Stéphanie Silva renunciou ao cargo, depois de o marido, Fernando Medina, ter tomado posse como ministro das Finanças.
O departamento jurídico da TAP tem estado envolvido em várias polémicas. Foi por este gabinete que passaram os despedimentos previstos no plano de reestruturação da empresa. Mais recentemente, o cargo voltou a fazer correr tinta na sequência da indemnização de 500 mil euros paga pela TAP a Alexandra Reis, quando a administradora saiu da companhia, para depois ingressar na NAV e, no final do ano, no Governo.
O caso, noticiado pelo Correio da Manhã, levou a então secretária de Estado do Tesouro a demitir-se a pedido de Fernando Medina. Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, assumiu a responsabilidade política e também se demitiu, porque o seu secretário de Estado, Hugo Mendes, tinha tido conhecimento dos termos do acordo entre a TAP e Alexandra Reis e não viu incompatibilidades. Já Fernando Medina garantiu desconhecer a indemnização atribuída, justificando que a mulher, apesar de ser diretora jurídica à data, encontrava-se na altura de licença de maternidade.
A polémica obrigou a TAP a apresentar justificações, que o Governo remeteu para a Inspeção-Geral das Finanças. O Ministério Público abriu, entretanto, um inquérito sobre o caso.
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