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Companhias aéreas: o que têm feito para recuperar da crise que abalou o sector

Com o regresso das viagens com mais frequência e menos restrições, as transportadoras têm introduzido novas políticas e procurado estratégias para recuperar da crise em que o vírus as mergulhou.
22 Setembro 2021, 08h00

O sector das viagens, tal como os restantes, sentiu os efeitos negativos da pandemia. Agora, com o regresso as companhia aéreas têm introduzido novas políticas e arranjado novas estratégias para recuperar da crise em que estão mergulhados, entre estas mudanças está o aumento de preços. No entanto, as mudanças não têm agradado a alguns dos passageiros.

EasyJet e a mala de mão

A companhia aérea considerada low cost, ou seja de baixo custo, além de ter aumentado os preços das viagens, por exemplo da Madeira para Lisboa, com viagens, apenas de ida, a variar entre os 150 e 300 euros, também alterou as suas políticas relativamente à mala de mão. Segundo informação do site da empresa “todos os clientes podem trazer para bordo uma mala de cabine pequena que deverá caber debaixo do assento máximo 45 x 36 x 20 cm, por passageiro”.

No entanto, alguns passageiros ficaram surpreendidos com a nova política. Maria de Fátima Valério explicou ao Jornal Económico que “a viagem de Lisboa para a Madeira foi ótima. Eu recebi um papel oficial da Easyjet na qual dizia que a minha mala precisava de ter 45 a 36cm, a minha mala tem 45-33. No aeroporto de Lisboa perguntaram-me se eu podia tirar as rodas da minha mala porque a minha mala entrava [no medidor de malas], mas as rodas estavam a atrapalhar. Entretanto, disseram que não houve problema, fui com a mala de mão para o avião”.

“Para minha grande surpresa quando cheguei ao aeroporto do funchal fizeram-me pagar 29 euros porque como não podia tirar as rodas da mala. É o mesmo país, é a mesma política. Acho uma ingratidão, um insulto”, sublinhou Mária de Fátima Valério. Quando a passageira pediu fatura foi-lhe recusada essa opção.

O mesmo aconteceu a Cristina Flores que viajou de Madrid para Lisboa e depois para a Madeira. No regresso a Lisboa, Cristina Flores disse ao JE que “fizeram-me pagar e tive de pagar 29 euros”, um valor que anteriormente não lhe foi pedido. Quanto às rodas da mala de mão não lhe pediram que removesse, contou. No site da companhia aérea não é dada indicação sobre a remoção das rodas das malas de mão.

Recentemente a transportadora também anunciou que hoje que vai colocar um novo avião na base de Faro para o verão de 2022, criando cerca de 30 postos de trabalho diretos no Algarve, segundo a agência “Lusa”.

TAP e as novas rotas

Viajar pela TAP também poderá ser caro. Utilizando o mesmo termo de comparação da Easyjet, uma viagem de ida da Madeira para Lisboa pode custar pelo menos 150 euros.  A companhia aérea portuguesa que tem feito correr muita tinta na imprensa e durante a pandemia ficou marcada pelos sucessivos despedimentos. As últimas notícias associadas aos despedimentos da TAP dão conta de 78 despedimentos.

Ainda assim, a empresa não perde a esperança. A companhia aérea já anunciou oito novas rotas para este Verão, para a Europa e África: Fuerteventura, Ibiza, Santiago de Compostela, Zagreb, Djerba, Agadir, Monastir e Oujda. Além destas, a empresa referiu que terá cinco voos diários de Lisboa para o Funchal, e mais dois voos diários entre o Porto e o Funchal, em agosto. A companhia aérea disse também que vai retomar a partir de junho, com cinco voos semanais, a ligação com o Porto Santo.

Alterações previsíveis

A retoma do sector das viagens tem sido feita lentamente, mas a Associação Internacional de Transportes Aéreos já previa que as companhias aéreas iriam debater-se com diversos desafios. “Embora as perdas sejam significativamente reduzidas em 2021, a recuperação da indústria será demorada e cheia de desafios”, indicava a Associação Internacional de Transportes Aéreos.

Relativamente ao aumento de custos, a IATA previa, em junho de 2020, que os valores fossem aumentar com a retoma e crescente procura das viagens. A maioria das companhia aéreas as empresas funcionaram com a maioria dos trabalhadores em lay-off o que reduziu significativamente os custos com os funcionários.

Em Junho Luis Gallego, diretor executivo da Iberia e Juan José Hidalgo, dono da Globalia, revelavam, ao “El Economista”, que seria muito difícil competir na Europa, onde as companhias aéreas receberam menos apoios e que as companhias aéreas espanholas, por exemplo, poderiam “menos do que um noticiário” tendo em conta as injeções na Alemanha, de 9 mil milhões para a Lufthansa ou na França, de 7 mil milhões para a Air France.

Reino Unido e o corredor aéreo

As decisões de Boris Johnson também têm afetado o mercado, principalmente o nacional. A par com as escolhas sobre incluir ou excluir Portugal do corredor aéreo vieram os aumentos de preços. A 4 de junho, depois de se saber que Portugal tinha sido removido da lista ‘verde’ de países seguros a viajar dos britânicos o preço dos voos disparou 180%. 

Na altura, o voo mais barato a sair de Faro, para sair de Portugal custava 94 euros, mas depois do anuncio do Governo de Boris Johnson ter anunciado o preço do voo disparou para os 265 euros. Nesse dia registaram-se ainda preços mais elevados: o da WizzAir custava 291 euros, a British Airways 549 euros e o voo da BA 549 euros.

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