A internacionalização acarreta riscos e requer uma atitude preventiva por parte dos empresários. Há sobretudo três fraudes que têm vindo a ser mais reportadas e devem ser evitadas: compradores falsos, usurpação da identidade e ataque informático de phishing, de acordo com o gestor de vendas da empresa de seguros de crédito Coface.
“É fundamental conhecer o país para onde se pretende exportar e garantir que estão na posse dos instrumentos que os poderão ajudar a fazer essa transição para os mercados de exportação com a devida segurança”, disse Pedro Rocha, no evento Portugal Exportador, do qual o Jornal Económico é media partner.
Pedro Rocha começou a intervenção por contextualizar o panorama económico europeu e mundial com as previsões dos analistas da multinacional, que apontam para que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro e dos Estados Unidos manter-se-á 3,5 pontos e 3 pontos abaixo dos níveis de 2019 e para que sejam necessários três anos para a produção regressar ao patamar pré-crise.
A seu ver, há três tipo de riscos adjacentes a uma política de exportadora: comercial (insolvência, incumprimento…), factos de natureza política (guerra ou motim, desvalorização da moeda…) ou político (medidas governamentais, legislativas ou administrativas, que resultem em perdas para a empresa exportadora, importadora ou com investimentos no estrangeiro).
“Se tomarmos em consideração o nosso grau – A1 e A2, que representa risco muito baixo e baixo – e olharmos com detalhe para todo o mundo verificamos que há cada vez menos países categorizados nestes níveis de risco. Temos, assim, a perceção de que já não existe qualquer país sem riscos. Há uns melhores que outros? É uma realidade, mas já não existem países sem riscos”, assegurou Pedro Rocha.
Além das apólices de seguro de crédito, um processo de exportação (mais) seguro passa por conhecer os instrumentos de apoio ao comércio internacional. Para Bernando Fernandes, gestor da área de Negócio Internacional do Novo Banco, o tema da trade finance é “fundamental” nas negociações para a internacionalização.
“Através desse método de pagamento poderemos ter maior ou menor segurança numa preocupação de recebimento associada a uma venda/exportação que esteja a fazer para o estrangeiro”, explicou o team coordinator do Novo Banco, no painel “Passos para a Exportação”, moderado por Carlos Nunes Pinto, diretor adjunto da direção comercial da Aicep – Agência para o Investimento e Comércio Externo.
Na opinião de Bernardo Fernandes, as “grandes barreiras” entre o exportador e o importador surgem quando não existem relações de confiança, se encontram em zonas geográficas diferentes, têm contextos políticos e socioeconómicos distintos e interesses díspares. A solução pode ser uma garantia de pagamento com base na comprovação documentária acordada entre as partes designada crédito documentário. “É um mitigador de risco por excelência”, garante Bernardo Fernandes.
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