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Comprar casa em Lisboa é mais caro do que em Madrid

O mercado imobiliário ibérico é muito semelhante e o número de transações tem subido em Portugal e Espanha mas quanto aos preços, em Lisboa a média do metro quadrado já é superior a Madrid.
18 Novembro 2018, 20h30

A compra de casa como primeira opção é um desejo das famílias ibéricas. Não é só em Portugal que adquirir habitação é o sonho da maioria das pessoas, também em Espanha essa é a primeira escolha das famílias.

Trata-se de um mercado muito similar ao português e também o número de transacções imobiliárias tem vindo a subir, depois da crise imobiliária que a afectou o país vizinho, quase há uma década. De acordo com Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Ibéria, “o mercado imobiliário espanhol, a nível macro, é muito similar ao português, e está a apresentar um crescimento superior a 10%, em termos de número de transações, registando mesmo crescimentos superiores a 20%, em muitas regiões.

Já nos valores das casas, o panorama é um pouco diferente, o responsável adianta que numa análise global do mercado espanhol, a tendência que se verifica é de uma subida ligeira de preços. A nível nacional, o valor médio de transação era de 149.341 euros no final do primeiro semestre, o que representa um aumento inferior a 4% em comparação com igual período do ano passado. “Na província de Barcelona, Comunidade de Madrid, Ilhas Baleares e País Basco, onde registamos os valores médios de transação mais elevados do país – acima de 200.000 euros – estamos a registrar uma estabilização dos preços, e mesmo uma diminuição em alguns mercados destas zonas. São os mercados periféricos do centro e os subúrbios destas regiões que continuam a registrar fortes subidas dos preços”, esclarece.

Numa comparação de preços, entre Portugal e Espanha, a empresa espanhola de estudos para o mercado imobiliário, Urban Data Analytics (uDA), realizou um estudo para o Diário Imobiliário sobre os dois mercados, verificando-se que em Espanha o valor médio do metro quadrado é de 1.668 euros, em Portugal é de 1.280 euros.  Apesar disso, em Lisboa, o valor médio do metro quadrado já atinge os 3.381 euros e em Madrid os 3.317 euros.

Já a rentabilidade do investimento é superior no nosso país, com 8,4% (Average gross rental  yield), enquanto na Espanha é de 7,5%. Na Gross Rental Yield – Percentagem anual de receita relacionada ao preço de compra, a cidade de Vila Nova de Gaia é a que tem o valor mais elevado 8,7%, enquanto a espanhola Valência, apresenta 6,6%. Já nas duas capitais, Madrid apresenta 5,6% e Lisboa 4,6%.

40% das transações em Espanha são de estrangeiros

Com preços também competitivos em Espanha, os investidores estrangeiros são atraídos para o país vizinho. Ricardo Sousa, confirma que a procura internacional está bastante ativa, em diversas vertentes. Seja pela atração e fixação de empresas em cidades com Barcelona, Madrid, Valência, Málaga e outras, seja pela atratividade das zonas costeiras -como a Costa Brava, Costa Blanca, Costa do Sol, as Ilhas Baleares e Canárias- bem como das zonas de montanha, “o mercado imobiliário espanhol está a atrair muitos clientes internacionais, e o peso destas transações chega a superar 40% do número total de operações imobiliárias”. Os países que mais se destacam são o Reino Unido, França, Alemanha, Bélgica e Suécia. Contudo, dependendo das regiões, verificam-se também outras nacionalidades de clientes internacionais, como russos, chineses e outras, sobretudo, do Médio Oriente.

Espanhóis investem em Portugal

Portugal tem vindo também a despertar o interesse de investidores espanhóis quer para visitar, quer mesmo como destino privilegiado para comprar uma casa de férias. “A nível de investimento, são vários os promotores imobiliários, hoteleiros e fundos de investimento que estão a estudar o mercado imobiliário português e a realizar transações”, revela o CEO da Century 21 Ibéria.

Comparando os dois países no sector imobiliário, Ricardo Sousa adianta que a dimensão, o número de habitantes e o número de cidades com escala são as principais diferenças, entre os dois.

A maior diferença reside no ordenado mínimo, que em Espanha é de 858,55 euros por mês e em Portugal de 580 euros por mês

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