A pandemia que surpreendeu o mundo provocou um crescimento acentuado do comércio eletrónico e Portugal não foi exceção no que respeita à adoção de novos hábitos dos consumidores. Na comparação de dinâmicas de consumo em diferentes países é notória a discrepância entre a realidade europeia e a portuguesa sendo que no ano passado, 72% cidadãos europeus inquiridos fizeram compras online e Portugal teve apenas 44,8% dos inquiridos a fazê-lo, segundo dados da Comissão Europeia.

É interessante olhar para o novo comportamento dos portugueses, agora rendidos às plataformas digitais. De acordo com um estudo recente da Mastercard mais de metade dos inquiridos (54%) estão a fazer mais compras online. O maior aumento verificou-se nos bens essenciais de consumo, onde 42% od inquiridos reconhecem a utilização desta modalidade e 30% indica que está a gastar o seu dinheiro em experiências virtuais, como aulas de fitness, subscrição de canais e filmes.

Nesta análise, verifica-se ainda que os hábitos de compra online espelham os comportamentos da vida real – 95% dos inquiridos indicam que gastam a maior parte do tempo a pesquisar as melhores oportunidades de compra e preços mais baixos.  73% dos portugueses revela que o fator preço é o que mais pesa na decisão de compra enquanto 56% considera que a velocidade dos sites é o mais importante nas compras online.

Na realidade mudámos o comportamento e batemos recordes. O montante médio das compras no comércio online aumentou 6% desde o registo do primeiro caso de Covid-19 em Portugal, passando de uma média de 37,5 euros para 39,7 euros por compra, dados registados pela SIBS.

A escolha de meios de pagamento sem contacto também foi impulsionada por esta nova realidade e a SIBS regista um aumento significativo do peso do MBWay em compras na Rede Multibanco, assim como o crescimento do número médio de transações realizadas em compras online.

Perante estes dados e num enquadramento de expectável evolução, quais os verdadeiros desafios das marcas e como se devem adaptar a este novo padrão de consumo?

Subsistem ainda algumas dúvidas sobre o que realmente tem funcionado bem nestas plataformas de comércio eletrónico e, sobretudo, sobre o que é necessário melhorar em relação ao grande “boom” dos negócios digitais que foram criados em tempo relâmpago como alternativa ao funcionamento dos espaços físicos.

Para as marcas e plataformas de vendas online este é o momento de capitalizar a alteração dos hábitos de consumo com uma estratégia de fidelização dos utilizadores, que terá de passar seguramente por garantir um processo de entrega acessível e eficaz, sites que proporcionem uma experiência de navegação e compra verdadeiramente simples, segura e com múltiplas opções de pagamento.

Outro ponto fundamental é ter consciência do importante papel da comunicação, que assegure o tráfego, que contacte os consumidores com propostas de oportunidade e de informação. Esta comunicação pode ser feita através das numerosas plataformas digitais existentes, utilizando earned, paid ou owned media e permitirá às marcas o desenvolvimento de novos modelos de negócio baseados em promoções totalmente segmentadas e exclusivas.

Para o fazer é no entanto necessário ter know-how, tecnologia e experiência – a um nível que só as melhores agências de meios, como a Nova Expressão, podem proporcionar. Na realidade, como digo no início deste artigo, comprar online passou a ser um hábito durante a pandemia que se irá consolidar cada vez mais com o contributo de todos.