As farmacêuticas Novo Nordisk e Eli Lilly, que se têm destacado pelos medicamentos para a diabetes e perda de peso, têm visto a concorrência a aumentar devido ao aumento da oferta de cópias mais baratas, opções que estão a ter ‘luz verde’ dada por reguladores no estrangeiro, que acabam por abastecer os mercados locais e em alguns casos são alvo de exportação, avança a agência noticiosa Reuters.
Um trabalho da Reuters revela que o ingrediente principal patenteado (o ativo semaglutida) da Novo Nordisk, o Ozempic (tratamento da diabetes e obesidade), teve luz verde de reguladores para 22 medicamentos a um preço mais barato, em locais como o Bangladesh, Laos, Rússia e Paraguai, enquanto que no caso do da Eli Lilly, com o componente tirzapatida, que é usado em medicamentos como o Mounjaro (tratamento da diabetes) e o Zepbound (tratamento da obesidade), estão a aparecer cópias mais baratas por exemplo no Bangladesh.
A Eli Lilly referiu, citada pela Reuters, que a tirzepatida é “complexa” e exige “testes rigorosos” e que a aprovação de produtos similares “apresentam preocupações significativas” para a segurança do doente.
O responsável pelo Departamento Nacional do Paraguai, Jorge Lliou, assegurou, citado pela Reuters, que foram tidos em conta “os padrões mais elevados e exigentes” aquando da aprovação de medicamentos que entram no mercado a preços mais baratos mas que fazem uso de componente patenteados pela Novo Nordisk e Eli Lilly.
Três especialistas contactados pelo Reuters referiram que o aumento de cópias de medicamentos de farmacêuticas como a Novo Nordisk e a Eli Lilly, pode levar à baixa dos preços dos medicamentos contra a obesidade o que poderia provocar um efeito de contágio em mercados como a Índia, onde por exemplo a Novo Nordisk já vende o Rybelsus (tratamento contra a diabetes).
Já um especialista australiano no campo das políticas médicas, Anna Kemp-Casey, sublinhou à Reuters, que a concorrência, de que estão a ser alvo empresas como a Novo Nordisk e a Eli Lilly, pode “exercer uma pressão descendente sobre os preços”, ainda para mais quando existe um contexto de um aumento da procura, o que tem levado a que as farmacêuticas tenham que encontrar estratégias para aumentar a capacidade de produção.
A agência noticiosa sublinhou que em 2023 as vendas de medicamentos para a perda de peso chegou aos 150 mil milhões de dólares.
Um especialista em políticas farmacêuticas da universidade norte-americana Chapman, Enrique Seoane-Vasquez, considerou que a aprovação de genéricos por agências reguladoras “menos rigorosas” pode proporcionar um quadro legal para que os fabricantes locais “produzam” estes medicamentos quer para uso doméstico como para exportação.
A Reuters referiu que por exemplo o Semavic, que utiliza a semaglutida, tem um custo de 42,76 dólares, ficando 24% mais barato face à opção da Novo Nordisk.
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