A Comissión Nacional de los Mercados y la Competencia (CNMC), entidade espanhola equivalente à Autoridade da Concorrência em Portugal, autorizou hoje o serviço internacional de passageiros em comboio entre A Corunha e o Porto solicitado pela Arriva, empresa do gigante alemão Deutsche Bahn.
Esta autorização significa que a CP e a Renfe, que têm um serviço partilhado de comboio nesta linha de passageiros vão passar a ter concorrência acrescida.
“Se a Arriva conseguir operar a linha no prazo previsto, poderá antecipar-se à empresa pública Comboios de Portugal (CP), que planeia ligar também por via ferroviária as cidades de Vigo e do Porto em 90 minutos a partir do 2020”, alerta o jornal económico espanhol ‘Expansion’ na sua edição ‘online’.
A decisão da CNMC é mais um passo no processo de liberalização do setor ferroviário a no espaço da União Europeia.
Segundo o ‘Expansión, esta autorização da Concorrência espanhola ao transporte de passageiros de comboio pela Arriva entre A Corunha e o Porto constitui “uma ameaça para a Renfe, que colocou em marcha um ambicioso plano estratégico para responder a este desafio”.
De acordo com o ‘Expansión’, “a luz verde da CNMC coincide com a decisão da Deutsche Bahn de colocar à venda a empresa, por um valor estimado de 4.000 milhões de euros”.
“La CNMC não encontrou na proposta de Arriva nenhum aspeto que altere as condições do mercado ou coloque em risco o equilíbrio económico-financeiro da Renfe naquela rotas onde o operador público [espanhol, a Renfe] presta serviço público (OSP).
De acordo com o jornal espanhol, “o plano da Arriva contempla um novo serviço internacional de passageiros entre A Corunha e o Porto, com paragens intermédias em Santiago de Compostela, Vilagarcía de Arousa, Pontevedra, Vigo Guixar, Valença do Minho e Nine”.
“Este trajeto ascende a 337 quilómetros com um tempo de viagem estimado de duas horas e 50 minutos”, acrescenta o ‘Expansión’.
“O serviço projetado contempla oito frequências nos dias úteis e quatro nos feriados e fins de semana. O serviço deverá começar em 2020, ano em que, segundo os seus planos, os gestores de infraestruturas de Espanha e Portugal [respetivamente, a Adif e a IP – Infraestruturas de Portugal] deverão ter concluído as obras para a eletrificação total da linha”, adianta o ‘Expansión’.
Ainda segundo o jornal espanhol, “a Arriva dispõe de um estudo de mercado com as perspetivas de procura, que fariam desta rota internacional um serviço rentável”.
“A companhia não só deverá aproveitar a sua boa implantação no norte da Galiza e no norte de Portugal com transportes rodoviários, mas também o facto de o serviço ferroviário ser deficitário na actualidade. Vigo é a única cidade que tem ligação direta por comboio com a cidade portuguesa [Porto] e desde Madrid só se pode chegar [ao Porto, por comboio] viajando primeiro para Lisboa”, explica o ‘Expansión’.
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