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Confederação do Turismo propõe ao Governo dez medidas para salvaguardar empresas do sector em contexto pandémico

Num webinar organizado pelo CTP, o presidente do organismo, Francisco Calheiros, defendeu que as empresas do sector estão “sem reservas” para enfrentar “a maior crise” que o país e o mundo enfrentam, considerando que as medidas apresentadas pelo Governo para o sector são insuficientes.
Cristina Bernardo
9 Fevereiro 2021, 11h25

O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, afirmou esta terça-feira que a a atividade turística continua “paralisada”, sendo que as empresas do sector estão “sem reservas” para enfrentar “a maior crise” que o país e o mundo enfrentam. Calheiros considerou que as medidas apresentadas pelo Governo para o sector são insuficientes e, por isso, propôs dez medidas para que o sector resista na actual conjuntura pandémica.

No webinar “O Estado do Turismo”, Francisco Calheiros salientou que o turismo foi “a atividade que mais empregou, na saída da última crise financeira”, e a que “mais contribuiu para o crescimento do PIB”, bem como para colocar a “balança comercial positiva”. Assim, o presidente da CTP acredita que o turismo “vai voltar a ser o motor da economia no fim da pandemia”, mas para tal defende medidas que salvaguardem as empresas do sector.

A primeira das dez medidas elencadas por Francisco Calheiros é “a continuação das medidas de apoio ao emprego até pelo menos ao final do ano, alargando o lay-off simplificado a todas as empresas com perda de faturação”.

O presidente do CTP defende também um reforço do programa Apoiar e a renovação de moratórias fiscais e financeiras. Calheiros frisa que esta última medida “é fundamental”, uma vez que, inicialmente, se previa uma pandemia para três ou quatro mês, “mas no mês que vem faz um ano de pandemia”. ” É fundamental tratar atempadamente estas medidas”, reforçou, lembrando que são essenciais para evitar problemas de tesouraria nas empresas.

“Ao contrário do que a maioria dos países da Europa têm feito, não deve haver uma discriminação às grandes empresas nos acessos aos apoios”, elencou o responsável como quarta medida. “Não faz qualquer sentido. A grande distinção entre uma grande e uma pequena empresa é que quanto maior é, maior é o tormento. Uma grande empresa com cinco mil colaboradores, se fechar o impacto é o mesmo, em termos de desemprego e de segurança social, que mil empresas com cinco pessoas cada fecharem”, argumentou.

O representante das empresas do turismo nacional defende, ainda, a extensão de apoios nas rendas, “quer na vertente habitacional quer na vertente de centros comerciais, até ao final deste ano”.

Além disso, Calheiros lembrou que 70% dos clientes do sector estão no estrangeiro e, por isso, pede a “ampliação das medidas [de apoio] às empresas exportadoras”, bem como um “quadro legal para medidas preventivas de forma adequada”.

“A criação de um balcão único para as empresas, fundamentalmente para as pequenas e médias empresas, terem acesso a todas as informações necessárias para as medidas Covid-19”, é outro dos apelos de Francisco Calheiros. Isto porque há medidas para algumas empresas “de difícil perceção e execução”.

A nona medida proposta incide sobre apoios à capitalização das empresas do sector, além das moratórias ou do programa Apoiar. “Não aguentamos mais empréstimos. Esta pandemia ultrapassou todas as expetativas e  éde facto a maior crise das nossas vidas. Têm de vir para cima da mesa medidas de verdadeira capitalização, nomeadamente aquelas que dizem respeito ao fundo perdido”, argumentou.

A questão da segurança é a décima medida proposta pelo CTP, visto que é necessário “recuperar a confiança do turismo”, no pós-pandemia, tendo em conta a mensagem que está a chegar aos outros países da situação epidemiológica portuguesa.

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