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Confiança dos consumidores sobe nos países que mais compram a Portugal

Um dos dados positivos do estudo é que a confiança dos consumidores europeus já igualou os níveis pré-pandemia, sendo este dado o motor da recuperação económica na Europa.
8 Setembro 2021, 15h45

A confiança dos consumidores da zona euro subiu consideravelmente no segundo trimestre de 2021, uma vez que os países do bloco iniciaram as fases de desconfinamento, destacando-se ainda uma subida da confiança dos países que mais importam produtos de Portugal.

De acordo com a análise da Euler Hermes, verificou-se uma subida de 8% em Itália e de 4% na Alemanha no segundo trimestre de 2021, sendo estes os países que mais compram a Portugal. Ainda assim, o cenário também se mostrou positivo para os principais parceiros comerciais de Portugal, sendo eles Espanha e França.

Um dos dados positivos do estudo é que a confiança dos consumidores europeus já igualou os níveis pré-pandemia, sendo este dado o motor da recuperação económica na Europa. Quando comparados com máximos históricos já registados, o estudo da Euler Hermes mostra que os níveis se confiança em França e nos Países Baixos se situam bastante abaixo dos seus picos históricos, sugerindo então um forte potencial de evolução favorável.

“Os mais recentes dados divulgados pelo INE [Instituto Nacional de Estatística] indicam que Portugal está em linha com este percurso positivo, registando uma recuperação do indicador de confiança dos consumidores nacionais em agosto de 2021, após um ténue decréscimo no mês precedente, com melhoria significativa da confiança nos setores da construção e obras públicas e comércio e serviços”, lê-se no estudo.

“Este cenário deve-se sobretudo ao contributo positivo das expectativas em relação à economia portuguesa, situação financeira do agregado familiar e perspetivas face à realização futura de compras importantes. À semelhança de outros países europeus, os indicadores nacionais de confiança dos consumidores e setoriais situam-se acima dos níveis observados no início da pandemia”, sustenta.

A análise da acionista da COSEC revela ainda que, nos sectores mais expostos às restrições pandémicas, como o comércio grossista e retalhista, os transportes, alojamento, restauração e lazer, a produção registada está “muito abaixo” do seu potencial. Isto significa que a procura se mantém abaixo do potencial da oferta destes sectores.

“Espanha regista o maior desvio entre a produção real e potencial (7,8% do PIB), refletindo o peso destes sectores na sua economia, mas também o seu ritmo de crescimento antes da pandemia. Os desvios de produção são menores nos sectores mais expostos na Alemanha (2,6% do PIB), Bélgica (2,8%) e Holanda (2,8%), o que significa que a produção está, nos sectores em análise, mais próxima da sua capacidade produtiva”.

Apesar de ainda se registar uma procura aquém da oferta, um factor influenciado pela quebra verificada no turismo internacional, o sector hoteleiro (1,8% das despesas de consumo final das famílias europeias) desfrutou de uma significativa retoma no segundo semestre do ano, com o levantamento gradual de algumas restrições. A oferta, procura e restrições sanitárias futuras determinarão a extensão dos desvios de produção que poderão ser transformadas em procura real nos sectores expostos às restrições.

Os indicadores de confiança revelam um sinal positivo de possível evolução favorável da economia europeia, percurso que poderá ser reforçado nos próximos meses com a evolução do processo de vacinação e o levantamento gradual das restrições ao nível das viagens internacionais.

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