A confiança dos investidores alemães recuperou de forma assinalável em maio, embora a avaliação da situação atual se tenha deteriorado assinalavelmente, de acordo com o índice ZEW divulgado esta terça-feira. O novo governo alemão e alguma estabilização na questão do comércio internacional foram os principais motores desta evolução, que não reflete ainda a suspensão das tarifas entre EUA e China.
Os dados divulgados esta terça-feira pelo instituto ZEW apontam para uma leitura de 25,2 pontos em maio, um salto significativo após os -14 pontos registados em abril. Esta subida superou largamente as expectativas de mercado, que antecipava uma recuperação apenas até aos 10,7 pontos.
Ainda assim, o índice referente às condições atuais da economia voltou a deteriorar-se, dando seguimento à onda de pessimismo revelada no mês anterior. Este subindicador caiu de -81,2 pontos para -82, isto quando o consenso entre os analistas apontava para uma subida ligeira até -77 pontos.
“Com um novo governo em funções, algum progresso na disputa tarifária e uma inflação a estabilizar, o otimismo tem crescido”, afirmou o presidente do instituto ZEW, Achim Wambach. Também a descida de juros por parte do Banco Central Europeu (BCE) tem ajudado a melhorar as perspectivas da economia, sobretudo ao facilitar o investimento, lia-se na nota do instituto.
A descida de abril refletiu em boa parte o anúncio de tarifas “recíprocas”, como classificou Donald Trump, dos EUA a boa parte do mundo, incluindo a UE, o que levaria a uma significativa alteração do modelo de comércio entre os dois blocos atlânticos. Entretanto, os inquéritos para a leitura de maio foram realizados antes do anúncio da suspensão das tarifas entre EUA e China, um recuo significativo com impactos positivos nas perspetivas da economia de todo o mundo.
Já a leitura referente à zona euro aponta para uma melhoria das expectativas e também da situação atual, embora a perceção relativamente a esta segunda dimensão da economia permaneça bastante negativa. O índice de expectativas melhorou assinalavelmente de -18,5 para 11,6, enquanto o da situação atual subiu de -50,9 para -42,4.
Perante esta prestação, a Pantheon Macro antecipa um crescimento acima de zero nos dois primeiros trimestres da economia da moeda única, embora próximos da estagnação: 0,3% no primeiro trimestre e 0,2% no segundo. Os riscos são, contudo, de um crescimento mais forte, sobretudo dada a aparente tendência de normalização da situação comercial global.
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