O conglomerado Wanda recebeu luz verde das autoridades chinesas para vender 48 centros comerciais a um consórcio de investidores, numa operação que ascende a 50 mil milhões de yuan (6.084 milhões de euros), avançou hoje a imprensa local.
O jornal oficial China Daily informou que a Administração Estatal para a Regulação do Mercado (SAMR) autorizou na semana passada a referida operação, que tem entre os compradores a gestora de ativos privados PAG e o gigante tecnológico Tencent.
O negócio “destaca a consolidação contínua no mercado imobiliário comercial da China, com as principais empresas tecnológicas e financeiras cada vez mais atentas às oportunidades no setor”, indicou o jornal, no contexto da prolongada crise imobiliária do país e da fraca procura.
Estes 48 centros comerciais estão localizados em várias cidades do país, incluindo Pequim e Cantão (sudeste).
Até ao momento, a SAMR não confirmou o valor da operação, mas o jornal Securities Times cita “fontes do mercado” que afirmam que o valor é de 50 mil milhões de yuan.
A presença da PAG no grupo de compradores marca um novo capítulo na sua relação com a Dalian Wanda, que no ano passado formalizou um acordo para vender 60% da sua subsidiária de gestão de centros comerciais a um grupo de investidores liderado pela gestora de ativos, por cerca de 60 mil milhões de yuan (7,3 mil milhões de euros).
O grupo chinês fechou esse acordo no final de 2023 para evitar um reembolso imediato de 30 mil milhões de yuan (3,6 mil milhões de euros) mais juros pela IPO falhada da subsidiária, Zhuhai Wanda, como recompra das participações que os investidores já tinham adquirido.
A Wanda, focada no setor imobiliário, já tinha tentado o negócio em 2021 e 2022. Nesta última ocasião, os planos caíram por terra sob o escrutínio dos reguladores chineses.
Os analistas já tinham avisado que, se a subsidiária não se tornasse pública, a Wanda enfrentaria uma “grave pressão de liquidez”, o que levou o conglomerado a iniciar uma campanha de venda de ativos e de angariação de fundos, bem como a solicitar adiamentos no reembolso das obrigações.
O fundador da Wanda, Wang Jianlin, chegou a deter 20% do clube de futebol de Espanha Atlético de Madrid e o emblemático Edificio España, no centro de Madrid.
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