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Congresso PSD. Montenegro citou Sá Carneiro e diz que PSD não será “tábua de salvação de António Costa”

“O que não posso, porque não tenho esse direito, é calar-me, seja sob que pretexto for”, citou Luís Montenegro no fim do seu discurso, apontando para a frase proferida por Sá Carneiro na Assembleia Nacional em 1972.
8 Fevereiro 2020, 18h11

Depois de Paulo Rangel, Luís Montenegro subiu ao palco em Viana do Castelo, onde falou enquanto “delegado da minha secção”. Desta forma, Montenegro assumiu “a responsabilidade de ter liderado, pela primeira vez, uma candidatura a presidente do nosso partido, numa eleição inédita disputada a duas voltas”.

“Portugal precisa, mais do que nunca, de um PSD forte”, apontou Luís Montenegro no 38º Congresso do partido. “A sociedade portuguesa está mais injusta e tem vindo a assistir ao aumento das desigualdades sociais”, dando o exemplo dos serviços de saúde, que se encontram “caóticos e não ultrapassam as suas ineficiências”, e dos transportes, cujos serviços têm apresentado falhas, embora o valor pago pelos utilizadores terem diminuído.

“Temos um país estagnado”, defendeu Montenegro, acrescentando que o país precisa de “um PSD forte”. “Temos um dos piores crescimentos económicos da União Europeia, temos as nossas exportações a desacelerarem e as nossas importações a aumentarem. Temos cada vez mais gente a ganhar o salário mínimo, que se vem aproximando do salário médio. Temos uma fiscalidade sobre as empresas e sobre o rendimento do trabalho que não são atrativos, nem para o investimento nem para a mão de obra”, apontou o social-democrata.

O candidato derrotado das eleições diretas defendeu também um investimento geral para Portugal e para os territórios de baixa densidade.

Luís Montenegro apontou que “se a geringonça ruir, não vai ser o PSD a tábua de salvação de António Costa”. “Se antes de 2023 o dr. António Costa e o PS não assegurarem a estabilidade e governabilidade à esquerda, só há um caminho: é o dr. António Costa demitir-se e ir embora à sua vida”, apelou o antigo líder parlamentar do PSD, na passagem mais aplaudida do seu discurso perante o 38.º Congresso, apesar de já ter passado o tempo dado para o discurso.

Alongando-se no discurso, o antigo líder parlamentar do partido pediu “mais tolerância e menos crispação”, dando o exemplo de alguns excessos que têm sido cometidos por outros.

“Eu darei o meu contributo longe dos cargos partidários e públicos, mas sempre perto para ajudar o PSD”, afirmou Montenegro, na sua intervenção no 38.º Congresso do PSD. Luís Montenegro assumiu seguir o exemplo do fundador Francisco Sá Carneiro, citando a frase que este proferiu na Assembleia Nacional em 1972: “O que não posso, porque não tenho esse direito, é calar-me, seja sob que pretexto for”.

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