O Conselho Geral da Associação Mutualista Montepio Geral decorreu esta sexta-feira, mas não houve apresentação de contas, porque não estão fechadas.
Fonte oficial da Mutualista disse que até ao final do mês haverá uma nova reunião para aprovar as contas.
Ao contrário do que a Associação liderada por Virgílio Lima revelou ontem, as contas acabaram por não ser discutidas no Conselho Geral antes de serem levadas à Assembleia Geral.
Uma vez que não foram aprovadas as contas e a Assembleia Geral tem de ser convocada com 15 dias de antecedência, e perante a atual conjuntura que desaconselha reuniões com grandes aglomerados de pessoas para evitar o contágio do vírus Covid-19, a reunião de associados vai ser adiada e já não se vai realizar até ao fim deste mês.
Segundo as nossa fontes, a avaliação das participadas no balanço das contas individuais da Mutualista é o calcanhar de Aquiles das contas de 2019.
As contas individuais de 2019 terão de trazer já o justo valor, que na óptica da PwC, o Banco Montepio e a Montepio Seguros devem ter no balanço da Mutualista. Essa é a questão mais sensível nas contas. Em 2018, manteve-se o valor da participação no Banco Montepio em 1.878 milhões de euros, correspondente a um valor bruto de investimento de 2.376 milhões, ao qual está associada uma imparidade de 498 milhões, constituída nos anos anteriores, decorrente do período de crise.
O mercado tem comparado o valor do Banco Montepio com o valor do BCP que tem um price-to-book value de 0,45 vezes a situação líquida. O que, a aplicar-se esse múltiplo, poria o valor do Banco Montepio nos cerca de 690 milhões. No entanto, sendo o Banco Montepio um ativo “não disponível para venda” tem regras de avaliação diferentes. Aqui a avaliação é feita pelo chamado “valor de uso” e tem em conta a expectativa de evolução dos resultados da participada. A PwC terá de olhar para a expectativa dos resultados, o cálculo da taxa de desconto a aplicar no método de valor atual quer para o banco quer para a Montepio Seguros.
Mas a auditora quer avaliar o banco pelos múltiplos do mercado, e a administração da Associação não concorda, porque sendo um banco da economia social “não está disponível para venda”.
O ambiente da reunião foi pacífico, mesmo tendo em conta que há membros do Conselho Geral que são próximos de Ribeiro Mendes, que ontem se reuniram para discutir o futuro da Mutualista.
Carlos Tavares, chairman do Banco Montepio, esteve presente.
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