Consolidação mantém-se com espera por mais dados económicos

Como tenho vindo a referir, por estes dias o sentimento dominante em Wall Street continua a ser de consolidação, depois de uma forte valorização nos índices norte-americanos que os colocaram em território de bull market, e à vista de novos máximos históricos. As declarações de Jerome Powell no Congresso dos EUA, vieram reforçar os indícios que já tinham saído da última reunião da Reserva Federal, nomeadamente no sentido de manter a política monetária num nível restritivo nos próximos meses.

Ou seja, não só os juros não deverão descer este ano, contrariamente ao que o mercado esperava, como irão subir acima do antecipado, uma vez que existiam dúvidas de mais subidas, e o que está na mente dos membros do banco central é um incremento de 0,5%, seja em mais dois movimentos de 0,25% ou mesmo um de 0,5%, que colocará a taxa terminal nos 5,6%, em média. O que este novo panorama implica é o reajuste dos investidores em relação ao risco/recompensa.

Portanto, se por um lado é uma notícia positiva a maior economia do mundo estar a demonstrar resiliência, por outro isso obriga manter as condições financeiras apertadas, não dando grande margem ao mercado de capitais de valorizar, dado que uma bolsa em alta nos EUA significa maior poder de compra dos consumidores.

Hoje sairão dados sobre a atividade económica, seja no sector dos serviços como na manufatura, o que poderá fazer mexer o sentimento, contudo é na próxima semana que sairão indicadores mais importantes, como as vendas a retalho e o Personal Consumption Expenditures price index, não sendo assim de prever grandes mexidas até à próxima terça-feira.