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Consultas de oftalmologia no SNS podem ter um tempo de espera de 250 dias

Os dados do Ministério da Saúde mostram um incumprimento generalizado dos tempos máximos de resposta para consulta oftalmológica. Nos casos muito prioritários, a demora chega aos 89 dias, quase o triplo do máximo permitido. Nos prioritários, este período é de 82 dias, face ao limite de 60 dias, e, nos considerados normais, atinge os 250 dias, mais do dobro dos 120 dias fixados pela lei.
9 Outubro 2025, 07h01

Hoje celebra-se o dia mundial da visão, um sentido que é um privilégio para quem consegue pagar. Segundo um estudo da Deco Proteste, o problema desta especialidade no SNS não é a cirurgia, mas na primeira consulta.

Os dados do Ministério da Saúde mostram um incumprimento generalizado dos tempos máximos de resposta para consulta oftalmológica. Nos casos muito prioritários, a demora chega aos 89 dias, quase o triplo do máximo permitido. Nos prioritários, este período é de 82 dias, face ao limite de 60 dias, e, nos considerados normais, atinge os 250 dias, mais do dobro dos 120 dias fixados pela lei.

Em Lisboa e Vale do Tejo as consultas hospitalares desta especialidade prioritárias chegam a ter uma espera de 145 dias, já no Alentejo este tempo chega aos 191 dias, o mesmo acontece no Algarve, onde as consultas normais chegam a ter uma espera de 789 dias.

Nuno Pais de Figueiredo porta-voz da Deco Proteste, afirma que “esta situação evidencia uma forte desigualdade no acesso a cuidados de saúde essenciais, transformando um direito fundamental num privilégio, com grande impacto na qualidade de vida dos utentes, maioritariamente idosos, que perdem autonomia e bem-estar enquanto aguardam por uma solução. O utente pode fazer denúncia à Entidade Reguladora da Saúde sempre que o tempo de resposta seja ultrapassado”.

Em junho e julho de 2025, a Deco Proteste recolheu informação sobre os custos associados aos tratamentos disponíveis para esta patologia, que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), afetará a maioria das pessoas a partir dos 70 anos. Realizada de forma anónima, a investigação permitiu aferir a oferta privada em todo o País, para um doente de 70 anos, sem doenças associadas.

Com a demora no setor público muitos utentes optam por ir ao privado. Segundo o estudo, o custo de uma consulta no privado pode chegar aos 3.700 euros por olho.

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