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Consultora prevê crescimento de 3% em Moçambique mas deixa alerta para risco ao investimento

Os analistas da Capital Economics referem que “o desejo de investimento em Moçambique está em perigo à medida que os ataques de insurgentes continuam no norte do país”.
8 Agosto 2021, 14h49

A consultora Capital Economics prevê um crescimento de 3% da economia moçambicana este ano, mas alerta para o risco ao investimento devido à instabilidade no norte do país, em particular devido à suspensão do projeto de exploração de gás natural liquefeito.

“Em Moçambique, a declaração de ‘força maior’ sobre um grande projeto de GNL [gás natural liquefeito], na sequência de repetidos ataques por insurgentes, está a acrescentar novos ventos de proa a uma recuperação já lenta. O abandono do projeto iria prejudicar gravemente as perspetivas de crescimento do país e suscitar preocupações reais sobre a dívida pública”, escrevem os analistas numa nota hoje consultada pela Lusa.

No documento, os analistas referem que “o desejo de investimento em Moçambique está em perigo à medida que os ataques de insurgentes continuam no norte do país”.

No documento, a Capital Economics apresenta também as suas previsões, estimando para este ano um crescimento de 3,0% do PIB de Moçambique, que deverá crescer 4,0% em 2022 e 4,5% em 2023.

Quanto à inflação, o índice dos preços no consumidor deverá crescer 5,5% este ano, 5,8% no próximo e, também, 5,8% no seguinte, de acordo com as previsões da consultora sediada em Londres.

A petrolífera francesa Total tem uma quota de 26,5% no projeto de gás natural liquefeito em desenvolvimento no norte de Moçambique, cuja primeira produção e exportação estava prevista para 2024, mas que ficou adiada pelo menos um ano no seguimento da declaração de ‘força maior’ por parte da petrolífera.

Em 26 de abril, a Total acabou por fazer uma declaração de ‘força maior’, ou seja, assumindo-se “incapaz de cumprir as suas obrigações em resultado da severa deterioração da situação de segurança em Cabo Delgado, um assunto que está completamente fora do controlo da Total”.

Do investimento de 20 mil milhões de dólares (16,5 mil milhões de euros) – o maior investimento privado em África -, previa-se canalizar 12,5% para empresas locais durante a construção

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