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Contas congeladas e investigação: Procurador Geral da Venezuela ‘aperta o cerco’ a Juan Guaidó

O regime tenta incriminar o líder da oposição – tal como o próprio já estava à espera. Para já, a procuradoria limita-se a pedir que Guaidó seja impedido de sair do país.
29 Janeiro 2019, 17h29

O Procurador Geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou esta terça-feira a abertura de uma investigação preliminar contra Juan Guaidó, líder da oposição, por causa da sua autoproclamação como presidente interino, mas, para já, as investigações não envolvem a sua detenção.

Saab explicou em conferência de imprensa que as declarações de Guaidó “provocaram atos violentos, declarações de governos estrangeiros e o congelamento de bens da República, que envolvem a prática de crimes graves contra a ordem constitucional”. Por isso, decidiu abrir uma investigação preliminar contra Guaidó e pediu ao Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) a aprovação de três medidas preventivas: proibição de sair do país, congelamento de bens e alienação de ativos.

As medidas cautelares não incluem a sua prisão, algo com o qual o próprio Guaidó especula nos últimos dias: o também oposicionista Leopoldo López foi preso e condenado a quase 14 anos de prisão por incitar à violência durante as revoltas contra o governo, que liderou em 2014.

Assim que soube das movimentações da Promotoria, conta o jornal ‘El Indepediente’, Guaidó declarou que “não é nada de novo”. “A única resposta é perseguição e muita dor. Há crianças sequestradas por uma ditadura que não entende que o seu tempo já acabou. É mais do que uma nova ameaça contra mim e contra este Parlamento. Ainda estamos aqui, exigimos a libertação de prisioneiros”, acrescentou.

Recorde-se que, no passado fim-de-semana, o Banco da Inglaterra negou a Maduro o acesso a mais de 1,2 mil milhões de dólares de reservas de ouro da Venezuela ali depositadas, deixando de reconhecer a sua autoridade como presidente legítimo do país. Na segunda-feira, a Rússia, que apoia Maduro, admitiu no entanto que a nova situação causará “problemas” no pagamento da dívida e que agora a situação “depende do Exército”.

 

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