O presidente da Continental Mabor, Pedro Carreira, escreveu ao presidente dos CTT, Francisco Lacerda, a pedir que os Correios não encerrem o posto de Lousado. A Continental Mabor explicou ao Jornal Económico a relevância que o posto de Correios de Lousado tem para a laboração da fábrica de pneus do grupo alemão na zona de Vila Nova de Famalicão, onde emprega 2150 trabalhadores, produz 18 milhões de pneus por ano e exporta 98% da produção.
“Chegou-nos ao nosso conhecimento que os CTT se preparam para encerrar o posto dos correios em Lousado, concelho de Vila Nova de Famalicão” referiu Pedro Carreira, manifestando essa preocupação a Francisco Lacerda.
“A Continental Mabor, uma empresa produtora de pneus com sede e instalações em Lousado, é tão só a quarta maior exportadora em Portugal, conta com mais de 2.150 colaboradores do quadro permanente, sendo o mercado nacional consumidor de cerca de 2% da nossa produção anual que excede os 18 milhões de pneus”, refere Pedro Carreira
“Não havendo correspondência direta entre o volume de produção e a correspondência postal expedida e recebida via CTT, há uma relação imediata proveniente do número de clientes, fornecedores e entidades privadas ou oficiais que se relacionam com a nossa empresa”, adianta o presidente da empresa.
Este relacionamento “obriga-nos a deslocações ao posto dos CTT de Lousado de pelo menos duas vezes por dia, quando não são três para tratar do levantamento ou expedição bem como proceder à recolha da correspondência endereçada para o nosso apartado”, referiu, esclarecendo que “todas estas operações movimentam valores na ordem dos 47 mil euros por ano”.
Além disso, no âmbito da responsabilidade social da Continental Mabor, a empresa não está alheia “à preocupação local quanto ao eventual fecho do posto dos CTT de Lousado, até porque grande parte das pessoas aqui residentes foram ou são colaboradores da nossa empresa ou são ainda seus familiares”.
Reformados preocupados
Pedro Carreira refere ainda que “os nossos reformados, com quem mantemos ainda uma ligação muito forte, têm-nos feito chegar a sua preocupação sobre o modo como vão depois proceder ao levantamento das suas pensões e da correspondência que a nossa empresa lhes envia”, acrescentando que também “percebemos as preocupações de outras empresas e instituições locais que terão problemas idênticos caso o posto dos CTT de Lousado venha de facto a encerrar”.
Além dos receios sociais locais, o encerramento do posto de Correios de Lousado teria outras consequências ao nível da qualidade das infraestruturas da zona e da sua atratividade para futuros investidores. “Sabe-se que os novos investimentos só se conseguem quando as empresas são capazes de mostrar aos investidores que, entre outros, a região tem boas infraestruturas e serviços profissionais de comunicação”, comenta Pedro Carreira, admitindo que “neste tipo de análises, os CTT são também um ponto a considerar”.
Os postos de Correios alternativos mais próximos, de Ribeirão ou Trofa, “situam-se a 3 km, mas não são para nós uma solução”, diz Pedro Carreira. “Quem conhece por experiência própria o que significa entrar ou atravessar a congestionada estrada nacional 14, invalida de imediato estas opções”, remata.
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