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Contratações em queda no terceiro trimestre. Restaurantes e hotéis, região Norte e médias empresas são os mais afetados

Segundo o ManpowerGroup Employment Outlook Survey, os empregadores portugueses revelam intenções de contratação muito pessimistas. Apenas os setores agrícola e público escapam à razia.
  • Rafael Marchante/Reuters
9 Junho 2020, 12h00

Os empregadores portugueses revelam intenções de contratação muito pessimistas, com a projeção para a criação líquida de emprego (diferença entre a percentagem de empregadores que planeia aumentar a sua força de trabalho e a percentagem de empregadores que planeia reduzi-la), entre julho e setembro, a situar-se em -9%. É a previsão mais baixa desde o início do estudo em 2017.

A estimativa é avançada pelo “ManpowerGroup Employment Outlook Survey”, para o terceiro trimestre de 2020 e traduz o impacto da pandemia de Covid-19 no mercado de trabalho nacional.

Num universo de 387 empresas portuguesas inquiridas, 19% dos empregadores antecipam uma diminuição da força de trabalho no terceiro trimestre de 2020, 62% não avançam qualquer alteração e apenas 10% estimam um aumento das intenções de contratação.

Entre julho e setembro é esperada uma redução da força de trabalho nos sete setores de atividade analisados pela ManpowerGroup. A restauração e a hotelaria antecipam a maior contração, com uma projeção para a Criação Líquida De Emprego de -29%, o que representa um recuo de 50 e 54 pontos percentuais face às estimativas do trimestre anterior (recolhidas em período pré-Covid) e do período homólogo de 2019, respetivamente.

Os empregadores do setor das finanças e serviços também relatam planos de contratação pessimistas, com uma projeção de -19%, o que significa uma queda de 47 pontos face ao mesmo período do ano passado.

O pessimismo é extensivo à indústria e comércio grossista e retalhista, que avançam projeções de contratação de -12% e -10%, respetivamente. Na construção, os empregadores avançam uma queda de 6%, enquanto nas rubricas outras atividades de produção e outras atividades de serviços domina a incerteza, com perspetivas de -1% e -2%.

Apenas os setores agrícola e público escapam à razia, com o primeiro a apresentar uma projeção de +2%, e o subsector Público a relatar uma projeção de +11%, a mais elevada de todos os setores analisados.

Em termos geográficos, os empregadores das três regiões antecipam uma diminuição na sua força de trabalho. A região Norte deverá registar o mercado de trabalho mais fraco, com uma projeção para a criação líquida de emprego de -9%, igual à projeção nacional, o que significa menos 19 pontos percentuais do que no período homólogo do ano passado.

No Centro, os empregadores antecipam uma atividade lenta de contratação, com uma projeção de -8%, que representa um recuo de 22 pontos em relação ao período homólogo de 2019.

Já no Sul, a perspetiva de contratações é de -4%, um declínio de 19 pontos face às estimativas do trimestre anterior (recolhidas em período pré-pandemia), e de 14 pontos relativamente ao período homólogo do ano passado.

A redução da força de trabalho no próximo trimestre atinge empresas de todas as dimensões.  De acordo com o ‘survey’, o mercado de trabalho mais fraco é antecipado pelos empregadores das médias empresas, que relatam uma projeção para a criação líquida de emprego de -17%, traduzindo uma queda acentuada de 31 pontos percentuais face ao período homólogo de 2019. Por seu turno, as microempresas relatam uma projeção de -10%, enquanto as perspetivas das pequenas e grandes empresas ficam por -5%.

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