Ao contrário do que sucedia há alguns uns anos (particularmente antes da última crise financeira), as condições oferecidas pelos bancos no crédito à habitação são hoje mais exigentes, pelo que se tornou mais difícil solicitar um empréstimo para comprar casa. Como tal, uma vez que arrendar ainda é uma opção para muitos portugueses, é fundamental, tanto para senhorios como para inquilinos, saber o que deve conter um contrato de arrendamento.
Ainda assim, mesmo que as condições sejam mais exigentes por parte das instituições financeiras, a verdade é que os juros atualmente estão mais baixos, pelo que para alguns portugueses compensa comprar casa. Se é este o seu caso, aproveite para comparar primeiro todas as soluções de crédito hipotecário do mercado:
Trata-se de um documento que estipula os direitos e deveres, tanto do proprietário da casa como do inquilino, visando proteger ambas as partes. Tanto pode ser feito para edifícios com fim habitacional ou comercial.
Redigir um contrato de arrendamento é relativamente simples: reúna os documentos que assinalamos abaixo, siga os passos e consulte ainda a minuta que lhe indicamos.
Para além do senhorio ou do inquilino, se houver fiadores, também estes têm de estar incluídos no contrato.
Uma vez escolhida a casa, acertados todos os pormenores e antes de celebrar o contrato de arrendamento, o senhorio deve pedir ao inquilino os seguintes documentos:
Já o inquilino, por sua vez, tem direito a solicitar ao senhorio uma série de documentos relacionados com o imóvel, nomeadamente:
É natural ainda que os senhorios peçam uma caução (que pode consistir no valor de um ou dois meses de renda adiantados) como garantia do cumprimento do contrato e até para se precaverem de eventuais danos ao imóvel.
Antes do contrato de arrendamento é possível celebrar o chamado Contrato Promessa de Arrendamento, que salvaguarda ambas as partes ao indicar a obrigação de futura celebração do contrato de arrendamento.
Um contrato de arrendamento deve ser celebrado por escrito e tem de incluir, desde logo:
Se não houver nenhuma cláusula no contrato que defina qual é o regime de atualização da renda, então aplica-se o que está estabelecido na lei: a renda será atualizada de acordo com a taxa de inflação.
Deve ainda constar: a identificação de quais os locais que se destinam a uso privativo do arrendatário, os que se destinam a uso comum e quaisquer anexos; qual o prazo de duração do contrato; regulamento do condomínio (se existente).
Se no contrato de arrendamento não ficar estabelecido um prazo, então, no caso do arrendamento destinado a habitação, assume-se que este será de dois anos (no caso dos edifícios com fim habitacional).
Para além dos elementos mencionados, do contrato de arrendamento podem ainda constar outras cláusulas que sejam acordadas entre as partes e permitidas por lei.
Importa salientar também que todos os elementos que vão viver para a casa arrendada têm de assinar o contrato, seja um casal ou até, por exemplo, um grupo de amigos que vão para a universidade e decidem arrendar um apartamento em conjunto.
Através de uma minuta pode analisar as diferentes cláusulas que são exigidas num contrato deste género. Isto é importante para perceber os termos da relação entre inquilino e senhorio.
Consulte abaixo uma minuta de contrato de arrendamento exemplificativa:
Cada contrato de arrendamento deve possuir três cópias: uma para o senhorio, outra para o arrendatário e ainda outra para reportar às Finanças. Isto significa que todos os senhorios têm de entregar os respetivos contratos de arrendamento à Autoridade Tributária e para tal dispõem de um prazo de 30 dias após o documento estar assinado por todas as partes.
É possível fazê-lo ao balcão de uma repartição das Finanças, mas é mais fácil e simples tratar do assunto online. Para tal, basta aceder ao site do Portal das Finanças, carregar em “Cidadãos” e inserir as respetivas credenciais para fazer o login.
Depois, no menu do lado esquerdo, dentro da secção “Arrendamento”, carregue em “Comunicar início de contrato”, preenchendo, de seguida, os seguintes dados solicitados:
Depois de preencher todos estes dados, deve clicar em “Guardar rascunho” (no canto superior direito), confirmar todos os dados e submeter o contrato.
Após completar este procedimento, o Portal das Finanças apresentará a guia para pagamento do Imposto do Selo do contrato, correspondente a 10% do valor da mensal estipulada, que terá de ser liquidado num prazo máximo de 30 dias a contar da data de início do arrendamento.
É sempre possível rescindir um contrato de arrendamento antes da data prevista para a cessação ou renovação, tanto por parte do senhorio como do inquilino, desde que cada uma das partes respeite os prazos de aviso indicados no Código Civil.
Para rescindir o seu contrato de arrendamento, o inquilino tem de avisar o senhorio com a devida antecedência nos prazos indicados no artigo 1098º do Código Civil:
Se o inquilino não cumprir os prazos de pré-aviso, terá de pagar as rendas em falta correspondentes.
A intenção de não renovação ou de anulação do contrato de arrendamento por parte do senhorio deve ser comunicada ao arrendatário mediante os seguintes prazos estabelecidos no artigo 1097º do Código Civil:
Os senhorios podem rescindir os contratos por falta de pagamento dos inquilinos, com uma tolerância de até três rendas em atraso, altura em que podem ser despejados.
Da mesma forma, esta denúncia por parte do senhorio pode ser justificada para realização de obras (caso em que o inquilino deve ser avisado com uma antecedência de, pelo menos, seis meses relativamente à data de desocupação) e ainda por necessidade da casa em questão para habitação própria para si ou para os seus descendentes em primeiro grau.
Por fim, cabe referir que, para rescindir o contrato de arrendamento, qualquer uma das partes deve fazê-lo por escrito via carta registada. Como exemplo, pode ver abaixo uma minuta de uma carta para a rescisão do contrato de arrendamento:
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