Quando a conversa deriva para a politiquice, não existe nenhum político que não “leve na corneta”. O hábito de ir ao café, também ajuda a combater o stress. Recordo um amigo que me disse: “uma pausa para o cafezinho, a meio da manhã e a meio da tarde, dá-me forças para aturar o rabugento do meu chefe”.
Os cafés são locais indispensáveis nas sociedades e ficam codificados com o tipo de clientela, tornando-se mesmo emblemáticos. A minha cidade do Funchal, não foge ao padrão. Tertúlias de intelectuais, artistas, “miradouros” para alegrar a vista…
Há quem diga: “ A maior parte das notícias de primeira página, são obtidas nos cafés. Jornalista que se preze, tem de tomar várias “bicas” por dia” . Bilhardice no café é muito mais credível, que as modernices do Facebooks, twiters etc etc.
Chicotadas psicológicas em treinadores e promoções para candidatos políticos.. algumas vezes, germinaram nesses locais.
Continuando, esta conversa da treta, os cafés continuam a ser codificados, estigmatizados, devido à tipologia dos clientes . Existem cafés emblemáticos e chiquérrimos, jet 7 e jet 8.
Mas… os meus preferidos, são aqueles que eu classifico de multiculturais, emocionais… em linguagem barata, o café dos cromos…
Gente sénior a desabafar os seus queixumes PDI ( o Google explica), os que só falam da bola , encontros amorosos, alguns matreiros, propícios a sarilhos conjugais… boas bilhardices! Metaforando, “todos no mesmo barco … a remarem para lados diferentes”.
Cheguei cedo à minha esplanada preferida. Fim de tarde tropical, de fazer inveja aos povos ricos, dos países do Norte.
Ao contrário de outros, da minha idade, em que o tempo voa e as noites são uma eternidade, gosto de observar pessoas.
Os seus maneirismos, por vezes, são reveladores dos seus estado de alma. Semblantes felizes, tranquilos ,outros tristonhos, zangados com a vida, rabugentos, azedos, vestuários com bom gosto, outros… “mal amanhados.”
Esplanada cheia, clientela heterogénea, reparo e conto… 38 pessoas… 26… com o dedo a “lamber” o seu telemóvel.
“ Que raio de mania é esta? Será alguma virose?”
O meu telemóvel toca…
“Que se f… não atendo” !
“Vou tentar resistir, para não me transformar num zombie cibernauta. Prefiro as minhas velhas tertúlias, em que se bebia mais poncha… do que café”!
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