A cooperação económica China – Portugal (e UE) não parece dar sinais de abrandamento, muito pelo contrário, mostrando alguma imunidade aos “conselhos” que dos Estados Unidos chegaram no final do ano passado. No Fórum para a cooperação e desenvolvimento Portugal-China & Europe-China, que decorreu esta terça-feira, as oportunidades entre Portugal e a China, por um lado, e a União Europeia e a China, por outro, nomeadamente no setor automóvel, estiveram em discussão durante a manhã em Lisboa.
O quarto maior investidor direto estrangeiro em Portugal vai receber, ao longo de 2025, cinco missões de negócios da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP). Em sentido contrário, Portugal vai receber duas missões chinesas.
Ascendendo a 12 mil milhões de euros no final do ano passado, o investimento direto estrangeiro (IDE) chinês em Portugal catapultou para os dois dígitos nos últimos anos, com a indústria da saúde a assumir uma preponderância crescente, frisou Ricardo Arroja, presidente da AICEP, durante o Fórum para a cooperação e desenvolvimento Portugal-China & Europe-China, que decorreu esta terça-feira.
Para a próxima década, os objetivos estão traçados: fomentar e acompanhar o “crescimento do interesse mútuo” entre as duas economias, apontando a novas áreas e indústrias para captar investimento, aproveitando o potencial dos países lusófonos.
Aos interlocutores chineses, Ricardo Arroja apresentou os quadros portugueses das várias engenharias como um importante “ativo” nacional, bem como da área das ciências e das tecnologias. “À nossa escala, somos um importante fornecedor de expertise em engenharia”, sublinhou, recordando os programas do AICEP em parceria com universidades.
O evento foi organizado pela Câmara do Comércio da China junto da União Europeia (CCCEU) e pela Associação de Sociedades Chinesas em Portugal (ASCP).
Zhao Bentang, Embaixador da República Popular da China em Portugal, comentou a “cooperação mutuamente benéfica” entre os dois países como “um exemplo de cooperação de ganhos compartilhados entre países com sistemas sociais, contextos históricos e dimensões territoriais diferentes”.
“Este ano assinala também o 20.º aniversário do estabelecimento da Parceria Estratégica Global entre a China e Portugal. A China e Portugal, tendo Macau como elo de ligação, mantêm uma relação de entendimento e respeito mútuo, desenvolvendo uma cooperação pragmática e mutuamente benéfica em múltiplas dimensões. A China continua a ser o maior parceiro comercial de Portugal na Ásia e tornou-se o quarto maior país de origem dos investimentos no país”, afirmou.
“A China e a Europa, assim como a China e Portugal, são parceiros comerciais e destinos de investimento importantes para ambos. Num mundo em constante turbulência, é ainda mais necessário retirar os óculos coloridos da ideologia, eliminar as interferências externas e, tendo em conta os interesses reais dos povos de ambas as partes, aproveitar plenamente o papel das relações económicas e comerciais como estabilizadores e promotores. Devemos continuar a cooperação pragmática, explorar o potencial da colaboração económica e comercial, e trazer mais benefícios para os povos de ambas as partes”, acrescentou o diplomata.
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