Ao dia de hoje, 27 de fevereiro, estão confirmadas mais de 2.800 mortes devido a infeção com coronavírus (Covid-19) e para os economistas da multinacional de origem britânica Schroders, a propagação do vírus “criou novas dúvidas” sobre o avanço da economia mundial.
De acordo com uma avaliação hoje enviada à redação, o efeito da disseminação do Covid-19, primeiro na China e atualmente no resto do mundo, poderá ter um impacto na economia mundial superior a anteriores epidemias que chegaram a atingir diversos cantos do mundo, além da China.
Em 2002, a China representava 2% da economia mundial, contribuindo com 18% para o avanço do ritmo do produto interno bruto (PIB) mundial. Dezoito anos volvidos e o peso da China na economia mundial catapultou para 15,8%. Segundo a economista da Schroders, Azad Zangana, 35% do PIB mundial sai daquele país.
Há quase duas décadas a China estava a braços com a SARS (síndrome respiratória aguda grave), que provou 800 mortos. Um número inferior às vítimas mortais que o Covid-19 já provocou.
“[Hoje] o renascimento da economia mundial foi paralisado na Ásia por causa do coronavírus. Os efeitos estão a fazer sentir-se na economia mundial à medida que as cadeias de fornecimento de bens e serviços são interrompidas. Há também a ameaça adicional do vírus emergir fora da China, como em Itália e Coreia”, comentou a economista-chefe da multinacional, Keith Wade.
Fora da China, os principais focos de contágio e os maiores números de vítimas mortais por coronavírus encontram-se na Coreia do Sul, em Itália e no Irão.
“Os riscos de uma pandemia global aumentaram. Os portadores do vírus podem ser infecciosos sem mostrar sintomas, dificultando o diagnóstico, o isolamento e a contenção. Claramente, isso teria maiores riscos negativos de atividade, especialmente se os EUA forem atingidos”, acrescentou Wade.
As prospetivas económicas estarão por esclarecer relativamente ao coronavírus, mas haverá um impacto económico em 2020. Depois de um ano de 2019 marcado pelas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que pesaram no desenvolvimento da economia mundial, os analistas tinha expectativas quanto a melhorias em 2020, segundo a Schroders, sobretudo depois de as duas maiores economias mundiais terem assinado, em 15 de janeiro, uma primeira fase de um acordo comercial.
“O surto do coronavírus lançou uma incerteza significativa sobre essa perspetiva”, aponta a empresa.
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