Os mercados estão desvairados com a expansão galopante do Coronavírus no norte de Itália. O EuroStoxx50 tombou -4,04% para 3.647 pontos e essa foi a média de quedas na Europa, sendo que nos Estados Unidos o cenário não é muito diferente.
A Bolsa portuguesa não é exceção e o PSI-20 perde num dia 2,2 mil milhões de euros em market cap. O índice PSI-20 perdeu -3,53% para 5.197,09 pontos.
NOS, Mota-Engil, CTT e BCP lideram nas quedas. O BCP perdeu-5,16% para 0,1801 euros; a NOS SGPS recuou -5,80% para 3,9 euros; os CTT tombaram 5,01% para 2,58 euros e a Mota-Engil caiu -5,84% para 1,515 euros.
Mas a bem dizer todos os títulos fecharam em queda. A Sonae tombou -4,57% para 0,7825 euros; a Ramada desceu -4,14%; a Galp teve uma queda de -3,88% para 13,74 euros; a EDP resvalou -3,55% fechando nos 4,71 euros; a EDP Renováveis deslizou -2,14% para 12,8 euros; a Jerónimo Martins (que pretende entrar no mercado romeno) fechou a cair -2,76% para 16,72 euros; a REN recuou -2,15% para 2,73 euros; a Navigator caiu -2,10% para 3,07 euros,
As quedas foram aparatosas em todos os títulos, não havendo quedas inferiores a 2%.
Os mercados europeus fecharam em baixa expressiva, “com a abertura de Wall Street a estagnar o sentimento negativo no velho continente”, refere o analista da Mtrader, Ramiro Loureiro.
“A aversão ao risco sentida na sessão de hoje tem na sua origem os novos casos do coronavírus na Europa e Coreia do Sul”, refere o analista.
Itália é o país mais afetado onde em apenas 3 dias se registaram 152 novos casos levando as autoridades a cancelarem o Carnaval de Veneza e encerrarem escolas no norte do país
Com mais de 150 casos de infeção e quatro mortes, a Itália é o país da Europa com mais infeções pela nova estirpe de coronavírus e o quarto a nível global. Os casos em Itália estão para já circunscritos a regiões do norte do país: Lombardia, Veneto, Emília, Romanha, Piemonte e Lácio. Os países vizinhos de Itália, casos da Áustria, Suíça ou França acompanham com atenção o evoluir do coronavírus.
As principais praças europeias tombaram esta segunda-feira, véspera de carnaval. O FTSE 100 em Londres caiu -3,45% para 7.148,42 pontos; o CAC 40 perdeu -3,94% para 5.792,4 pontos; o DAX tombou -4,05% para 13.029 pontos; o IBEX recuou -3,95% para 9.496 pontos; e a bolsa de Milão, como esperado, lidera as perdas com o FTSE MIB a descer -5,33% para 23.452,2 pontos.
Os receios do impacto da epidemia do coronavírus e do seu efeito sobre a economia mundial atingiram os ativos de risco, como as ações.
O ouro acabou por ser visto como ativo de refúgio e sobe 1,81%. Ao contrário o petróleo está em queda expressiva, quer o Brent que perde em Londres -5,26% para 55,42 dólares o barril, quem nos EUA onde o crude WTI decresce 5,06% neste altura para 50,68 dólares.
No seio empresarial destaque para os tombos dos setores mais cíclicos como o Viagens & Lazer, Recursos Naturais e Auto.
No plano macroeconómico os bons dados no sentimento empresarial alemão não trouxeram alterações ao pessimismo sentido nos mercados de capitais.
O sentimento empresarial alemão melhora inesperadamente em fevereiro. O ifo Business Climate Index subiu de 96,0 pontos em janeiro para 96,1 pontos em fevereiro. Embora as empresas considerem a sua situação atual um pouco pior, estão menos pessimistas para os próximos seis meses. A economia alemã parece não ser afetada pelos desenvolvimentos em torno do coronavírus. Os resultados da análise e outros indicadores sugerem que o crescimento económico alemão no primeiro trimestre será de 0,2%.
Na indústria, o Índice de Clima de Negócios subiu pelo terceiro mês consecutivo. Isso ocorreu devido a expectativas consideravelmente menos pessimistas. No entanto, a avaliação que as empresas alemãs fazem da sua situação atual é pior. Os volumes de procura recuperaram um pouco, segundo o Ifo.
No setor de serviços, o indicador caiu novamente. Os prestadores de serviços ficaram um pouco menos satisfeitos com a situação atual. E também são mais céticos em relação aos próximos meses.
No comércio, o clima de negócios piorou. As recentes melhorias na situação atual e nas expectativas para o futuro sofreram um revés. Somente no retalho o índice de expectativas aumentou.
Na construção, o índice caiu mais uma vez. Isso foi resultado das expectativas mais pessimistas das empresas. Por outro lado, a avaliação da situação atual foi um pouco melhor.
O euro sobe 0,15% para 1,0863 dólares.
O pânico coronavírus ataca também o mercado de dívida soberana com a dívida italiana a 10 a disparar 5,7 pontos base para 0,968%. Portugal vê os juros caírem 1,2 pontos base para 0,225%.
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