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Coronavírus: Esperança, Controlo de Danos e Recuperação

De uma forma muito prática, é importante que todos tenhamos presente que nenhuma empresa (ou muito poucas) conseguirão aguentar um período de paragem económica superior a um trimestre inteiro, nem tão pouco, o Estado Português terá capacidade financeira para aguentar o recurso massificado ao lay-off por parte das empresas por três ou seis meses (como já se fala).
8 Abril 2020, 07h15

Vivemos actualmente tempos de grande incerteza, que não têm precedentes nas gerações que o estão a viver.

O mundo como o conhecemos está, de facto, sob ataque feroz de um vírus contagioso que não conhece países ricos nem pobres, idades, proveniências geográficas ou estratos sociais, contaminando indiscriminadamente todos os que entram em contacto com ele e que conseguiu fazer o que há uns meses era impensável – causar um grau de infecção e óbitos crescente, manter a população mundial fechada nas suas casas em isolamento social e provocar o “congelamento” de toda a Economia.

É seguro dizer que Portugal está neste momento a sofrer o primeiro embate directo do vírus, tal como ocorreu na China (que começa, só agora, a ver os efeitos da pandemia a “amainar”), mas também a Itália e Espanha que estão em plena crise pandémica e a “entrada em cena” dos Estados Unidos da América, o principal motor da economia mundial, que começa agora a sentir os primeiros efeitos de uma crise pandémica, que no caso norte-americano poderá ter contornos verdadeiramente trágicos, quer no que diz respeito à perda de vidas humanas, por não dispor de uma rede de protecção social tão abrangente com os países europeus, quer no que diz respeito às consequências sistémicas que a paragem literal da maior economia do Mundo terá na Economia Mundial no seu todo.

Numa primeira análise, parece que os portugueses se encontram a acatar as recomendações da Direcção Geral da Saúde e que a curva pandémica está efectivamente a “achatar”, mantendo-se dentro da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (uma óptima notícia!).

Este é indubitavelmente um indício claro do sentido de responsabilidade e disciplina dos portugueses e do grau de seriedade com que esta ameaça pandémica está a ser tratada por todos. Mais uma vez, os portugueses souberam dar, e continuam a dar, a resposta adequada a este grande desafio que nos foi colocado e, mais uma vez, fomos um exemplo para o Mundo!

É importante termos também uma palavra de esperança. Vamos sair disto juntos e também isto passará!

Dito isto, é importante que se diga que o “achatamento” da curva epidémica tem um “reverso da medalha”, na medida em que por um lado, vamos nos manter dentro da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (esta é a boa notícia), mas o “achatamento” também implica que as medidas de isolamento social que foram impostas à generalidade da população vão durar muitos mais meses do que aqueles que se encontravam a ser inicialmente previsto (e esta é a má notícia).

De uma forma muito prática, é importante que todos tenhamos presente que nenhuma empresa (ou muito poucas) conseguirão aguentar um período de paragem económica superior a um trimestre inteiro, nem tão pouco, o Estado Português terá capacidade financeira para aguentar o recurso massificado ao lay-off por parte das empresas por três ou seis meses (como já se fala).

É importante ter uma noção equilibrada de “nem tudo ao céu, nem tudo à terra”, ou seja, nem tudo Saúde e nem tudo Economia, mas devemos procurar ter um equilíbrio entre estas duas vertentes na gestão desta crise pandémica e um plano para seguir em frente.

E um plano desta natureza deve forçosamente começar pela implementação de medidas mais agressivas e restritivas, como a quarentena obrigatória, a todas as franjas da população que já percebemos que têm maior probabilidade de ocorrência de fatalidade em caso de infecção, como os mais idosos, os imuno-deprimidos ou pessoas com patologias crónicas associadas, mas, por outro lado, criar condições para a economia começar, o mais urgentemente possível, a funcionar novamente, se bem que de forma limitada, nomeadamente através de um plano para, com as devidas cautelas e com segurança (como por exemplo o uso obrigatório de máscaras), fazer a nossa população activa (que neste momento está toda fechada em suas casas) voltar ao trabalho o mais rapidamente possível, porque se não o fizermos, nenhum de nós vai ter empresas para gerir ou nas quais trabalhar quando regressarmos.

Este é o nosso imperativo moral e patriótico, de defesa de Portugal como país e defesa da nossa sociedade como a conhecemos.

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