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Coronavírus: Milão encerra escolas, cinemas e teatros na próxima semana

Itália já registou 132 casos positivos em cinco regiões, ao mesmo tempo que o Governo começa a isolar duas das fontes do vírus, que já afeta 50 mil pessoas. O carnaval de Veneza já foi cancelado.
  • Alessandro Bianchi / Reuters
23 Fevereiro 2020, 15h28

O presidente da Câmara de Milão (1,3 milhões de habitantes), Giuseppe Sala, anunciou que a capital económica de Itália vai fechar todas as escolas, cinemas e teatros na próxima semana, segundo revela o jornal espanhol “El País” este domingo, 23 de fevereiro.

“É uma medida preventiva. Pretendemos fazer isto durante uma semana e acho que será o suficiente”. Por sua vez, o designer Giorgio Armani decidiu realizar à porta fechada os dois desfiles programados para a tarde deste domingo por causa do coronavírus. Em comunicado, a empresa diz que a medida visa “salvaguardar o bem-estar de todos os seus convidados”.

Itália está a tomar medidas de segurança extrema para interromper a expansão do surto do coronavírus, que já se encontra em cinco regiões do país (Lombardia, Véneto, Emília Romagna, Piamonte e Lazio). O decreto-lei foi aprovado na reunião extraordinária do Conselho de Ministros, realizada no sábado à noite, que pretende isolar as fontes de contágio com medidas severas.

Vários eventos desportivos também foram cancelados e os dois últimos dias do carnaval de Veneza, na segunda e terça-feira da próxima semana, foram suspensos após a confirmação de dois casos positivos na cidade. Na Lombardia, Piemonte e Veneto as escolas não vão abrir amanhã.

O último balanço é de 132 pessoas infetadas em cinco regiões de Itália, contando os dois turistas chineses que ainda estão internados num hospital em Roma e que contraíram a doença fora de Itália.

Além do início da dispersão, o governo ainda não encontrou a origem do contágio e do suposto paciente zero, mas considera que existem duas fontes claras de contágio: a província de Lodi e os seus 10 municípios e a cidade de Vo Euganeo, em Veneto.

Ambas as áreas são afetadas pelo decreto-lei que obriga os seus cidadãos a partir desta manhã a permanecerem confinados sem poder entrar ou sair destes territórios e a sofrer rigorosas medidas de controlo.

O presidente do governo italiano, Giuseppe Conte, anunciou no sábado à noite que a polícia será mobilizada para impedir a entrada e saída de pessoas e “se necessário, também o exército” e que haverá “sanções criminais para quem violar as prescrições”.

As universidades vão permanecer fechadas e os eventos desportivos, incluindo os jogos que seriam realizados este domingo na Serie A (Inter-Sampdoria, Atalanta-Sassuolo e Verona-Cagliari) foram cancelados.

O presidente da região da Lombardia, Attilio Fontana, confirmou que os casos na região já subiram para 89. Entre eles, está um jovem de 17 anos que mora em Valtellina, mas que estuda em Codogno, a cidade onde os especialistas acreditam que terá começado o contágio.

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