Não era de todo inesperada uma reviravolta nas perspectivas relativas à situação da epidemia do coronavírus, porque desde o início da crise que ficou claro que as autoridades chinesas estavam a correr atrás do prejuízo e muito atrás da evolução da crise, daí que as medidas tomadas tenham sido ímpares na história da humanidade, no que ao combate de uma emergência médica diz respeito.
O facto do número de infectados ter disparado num só dia em cerca de 15.000 e com mais 250 vítimas mortais, quase todos reportados na província de Hubei, que está no epicentro da epidemia, deriva de uma alteração metodológica na avaliação e classificação dos incidentes, nomeadamente com a utilização da tomografia computadorizada para identificar infecções nos pulmões, confirmando assim a presença do vírus.
Não obstante esta subida dramática, que muitos investidores já esperavam pelos relatos não oficiais que circulam em várias agências de informação, os factos continuam a estar fora do campo do pânico.
Recordo que estamos a falar de um país com uma população de 1,6 mil milhões de habitantes, e para já existem cerca de 50.000 infectados a nível global, quase todos na China. Daí que a reacção do mercado hoje, quinta-feira, após uma sessão com novos máximos históricos, seja mais de cautela devido à incerteza sobre se haverá novas reavaliações que possam colocar a situação num patamar bastante mais grave, bem como sobre a imprevisibilidade do impacto económico da epidemia.
Na segunda economia do mundo, esse impacto já é visível, com o sector dos serviços a ser fortemente prejudicado, por exemplo nas reservas para as refeições no Dia dos Namorados, que caíram a pique para valores residuais.
Mas as principais economias do mundo também deverão ser afectadas, o que poderá ser a gota de água que irá transbordar o copo da recessão na Europa, não apenas pela diminuição das exportações das principais empresas para a China, pela redução de produtos importados do país asiático para posterior manufactura de outros ou venda directa, como também no sector dos serviços, como foi o caso do recente cancelamento do importante evento em Barcelona da indústria das comunicações móveis, o Mobile World Congress, a montra das principais empresas do sector, que representa quase 500 milhões de euros em receitas e 14.100 empregos de part-time para a cidade.
Não é igualmente de admirar que os activos refúgio estejam por agora a ter a preferência dos gestores de investimento, com o yen e o ouro a valorizarem 0,3% e 0,7% respectivamente.
O gráfico de hoje é do EUR/USD, o time-frame é semanal.
O principal par de moedas está na zona de GAP aberta em 2017, um local que a não ser aguentado pelos Touros poderá levar o activo a ir rapidamente testar os mínimos desse ano, ou até mesmo a paridade.
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