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Corredor do Lobito. Portugueses vencem concessão. Contrato vale dois mil milhões para Luanda (com áudio)

A Mota-Engil integra consórcio vencedor que vai operar, explorar e manter o transporte ferroviário de mercadorias entre Lobito e Luau.
20 Julho 2022, 09h35

O Governo angolano atribuiu a concessão ferroviária do corredor do Lobito ao consórcio formado pelos portugueses da Mota-Engil, Trafigura (de Singapura) e Vecturis (da Bélgica).

“Nos próximos 30 anos, o consórcio formado pelas três empresas vai assumir a operação, a exploração e a manutenção do transporte ferroviário de mercadorias entre Lobito e Luau, assim como a manutenção de toda a da infraestrutura existente ao longo do corredor”, disse o ministério dos Transportes de Angola em comunicado.

A cidade de Luao fica localizada no leste do país junto à fronteira com a República Democrática do Congo; já o Lobito é uma cidade portuária na costa atlântica localizada a norte de Benguela.

Com este contrato, o Estado angolano vai arrecadar em 30 anos mais de dois mil milhões de dólares (1.976 milhões de euros).

A concessão tem a duração de 30 anos, mas pode ser extensível até aos 50 anos se o concessionário optar por construir o ramal ferroviário Luacano (Moxico) – Jimbe (Zâmbia).

A tutela revela que o “valor do prémio de assinatura desta concessão é de 100 milhões de dólares, valor em linha com
o montante doutras concessões no sector dos transportes em Angola, tendo permitido diferenciar os concorrentes com base na sua capacidade financeira face à dimensão dos ativos em causa”.

O concessionário vai ter de investir 245 milhões de dólares em infraestruturas, 73 milhões em equipamentos e material circulante e mais quatro milhões em atividades diversas.

Em termos de carga, “as previsões apontam para os seguintes ganhos: 1.677,70 toneladas no 5º ano de concessão, 2.982,31 de toneladas no décimo ano, 4.979,23 toneladas no vigésimo ano, e 4.979,23 toneladas no trigésimo e último ano.

“A adjudicação do Corredor do Lobito encerra outros benefícios relevantes para o país, designadamente o impacto direto no desenvolvimento de indústrias fortemente dependentes da cadeia logística, como são a agricultura e as minas, e a consequente criação de empregos em cada uma delas. E também a criação de oportunidades para o desenvolvimento de pequenos negócios adjacentes ao transporte ferroviário e uma alternativa ferroviária competitiva face ao transporte
rodoviário, capaz de contribuir para a redução das tarifas de transporte de carga”, segundo o comunicado da tutela.

A exploração deste corredor vai permitir que o transporte ferroviário “venha a aportar um conjunto de benefícios positivas, contribuindo para o desenvolvimento local e regional, em torno da linha férrea, e podendo representar uma contribuição para o PIB estimada entre 1,6 a 3,4 mil milhões de dólares. A comprovada capacidade técnica e a robustez financeira das empresas integrantes do consórcio são uma garantia para a correta operacionalização do transporte das mercadorias no Corredor do Lobito”, segundo Ricardo Viegas D’Abreu, ministro dos Transportes.

“Com mais de 70 anos em Angola, a Mota Engil é uma das principais prestadoras de serviços de construção de infraestruturas a nível mundial. Alia-se no consórcio vencedor à multinacional líder em distribuição de metais e minerais em todo o mundo, a Trafigura, e à Vecturis, operadora ferroviária de origem belga, com forte atividade de transporte ferroviário (passageiros, minérios e carga comercial) em países africanos como a República Democrática do Congo, Tanzânia, Camarões, Madagáscar, Costa do Marfim, Burkina Faso e Argélia, e também no Brasil, Rússia e Paquistão”, segundo o comunicado.

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