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Costa não sabia do caso de Tancos? “É pouco crível”, admite Rui Rio

Depois de algumas reações partidárias, o líder do PSD considerou, em conferência de imprensa, que o Governo fez encenação no caso de Tancos.
26 Setembro 2019, 18h20

Rui Rio reagiu esta quinta-feira ao despacho de acusação do Ministério Público que acusou 23 arguidos relativamente ao caso de Tancos e realçou que é “pouco crível” que António Costa não soubesse desta situação. “Costa ou sabe ou não sabe e ambas as hipóteses são más”, realçou o líder partidário.

O presidente do PSD, em visita às Caldas da Rainha, considerou que, a propósito do despacho de acusação hoje conhecido, o Governo terá feito “encenação” relativamente ao caso de Tancos, uma sucessão de factos que Rui Rio qualificou de “assunto grave”.

“O que se terá passado ao longo desses quatro anos dentro do Governo que o primeiro-ministro não soube e o que poderá de acontecer de importante no futuro, num Governo presidido pelo dr. António Costa, que o dr. António Costa pura e simplesmente não saiba?”, interrogou.

Questionado se as recentes notícias que envolveram o nome do Presidente da República no caso Tancos podem ser uma “encenação” do Governo, Rio respondeu afirmativamente.

“Tudo leva a crer que sim. Por parte do Governo, para que saíssem notícias a tentar pôr uma cortina de fumo. Dá-me ideia que é bem provável que possa ter acontecido”, respondeu.

O Ministério Público (MP) confirmou esta quinta-feira que deduziu acusação contra 23 arguidos no âmbito do designado processo de Tancos. Dos 23 arguidos, nove estão acusados do planeamento e realização do furto, oito de terem executado o plano e 14 são suspeitos da encenação que esteve na base da recuperação de grande parte do material militar.

Em causa estão crimes de terrorismo (com referência ao crime de furto), de tráfico e mediação de armas, de associação criminosa e de tráfico de estupefacientes. “Dos 23 arguidos, oito encontram-se na situação de prisão preventiva e onze (militares e técnico de laboratório) suspensos de funções. Os restantes encontram-se sujeitos à medida de coação de proibição de contactos”, explica o Ministério Público, em comunicado.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) revela que um dos arguidos, militar, deu ao grupo executante informação acerca dos paióis, da sua localização, com indicação do melhor local para se introduzirem no respetivo espaço vedado, bem como do mau funcionamento das rondas.

O caso, dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal e com investigação delegada e realizada pela Polícia Judiciária (PJ), tem por base o furto de dia 28 de junho de 2017, nos Paióis Nacionais de Tancos e as circunstâncias em que a 18 de outubro do mesmo ano grande parte do armamento foi recuperado.

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