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Cotação do petróleo volta a cair. Angola desespera e Argentina “enterra” Vaca Muerta

As cotações do petróleo voltaram a cair. Há países em desespero por causa dos baixos preços do petróleo, como Angola e a Argentina, onde os novos projetos de shale oil – na zona da Patagónia argentina designada por Vaca Muerta, considerada como uma das maiores reservas mundiais de shale oil – foram adiados, “enterrando” este projeto.
6 Abril 2020, 12h04

O entusiasmo com que o mercado petrolífero recebeu a informação de que a Arábia Saudita e a Rússia iam debater uma nova estratégia de cortes de produção no âmbito de uma reunião extraordinária da OPEP+ – inicialmente agendada informalmente para esta segunda-feira, mas posteriormente atrasada para a próxima quinta-feira, 9 de abril -, esmoreceu, refletindo-se em novas quebras nas cotações internacionais. Os futuros de Brent estavam esta manhã a cair 3,49% às 11h20 de Lisboa, cotados a 32,92 dólares por barril, enquanto os congéneres dos EUA, o WTI, caíam 3,28% à mesma hora, passando para 27,41 dólares por barril. Países como Angola e a Argentina desesperam com a baixa cotação do petróleo, implicando revisões orçamentais no caso de Angola – fonte locais dizem que “as atuais cotações baixas causam o desespero” -, e o abandono de novos projetos de shale oil, como o de Vaca Muerta na Argentina.

Com o presidente russo, Vladimir Putin a irritar a Arábia Saudita, por causa da atribuição de culpas aos sauditas pela falta de acordos a 5 de março dentro da OPEP+, a reunião desta semana, feita por videoconferência, e informalmente prevista para hoje, “derrapou” para a próxima quinta-feira, desanimando muitos operadores que acalentavam uma possível subida nas cotações internacionais do petróleo.

Um dos maiores projetos mundiais que agora foi totalmente adiado – no sector petrolífero referem que foi “enterrado” – é o do gigantesco investimento em uma das zonas com maior potencial de produção de shale oil, que é a região da Patagónia argentina designada por Vaca Muerta.

Em declarações a agência noticiosa Telam, o presidente da petrolífera argentina YPF, Guillermo Nielsen, reconhecei que a queda das cotações internacionais do petróleo “coloca toda a produção de petróleo argentina em dúvida”, e, sobretudo, o projato de investimento de Vaca Muerta, que só é viável com cotações acima dos 60 dólares por barril.

O potencial de produção de shale oil em Vaca Muerte é equivalente à produção de shale dos EUA. As ações da YPF já caíram cerca de 60% em Nova York, desde fevereiro, quando as cotações internacionais do petróleo começaram a descer. Os grandes interessados em Vaca Muerta são os grupos Chevron e Royal Dutch Shell.

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