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Cotadas do PSI-20 longe da igualdade de género. Apenas 13% de mulheres em cargos executivos

Os dados foram revelados na véspera do Dia Internacional da Mulher. Do total de 227 cargos de administração nas empresas do PSI-20, 72 dos mesmos são desempenhados por mulheres, o que corresponde a 31,7%.
7 Março 2022, 15h17

A igualdade de género ainda está longe de chegar às empresas, com as mulheres a receber menos salários por desempenharem funções igualitárias ou a serem diminuídas perante os homens apesar de desempenharem funções superiores.

Numa análise do BA&N Research Unit, na véspera do Dia Internacional da Mulher, verifica-se que apenas nove mulheres são administradoras executivas das empresas cotadas entre 68 executivos, significando 13% do total.

Do total de 227 cargos de administração nas empresas do PSI-20, 72 dos mesmos são desempenhados por mulheres, o que corresponde a 31,7%.

“De acordo com a legislação vigente, as empresas cotadas do PSI-20 têm de garantir que um em cada três administradores são mulheres, o que é cumprido pela generalidade das [19] cotadas, com 13 a terem uma representação de, pelo menos, 30% de mulheres no conselho de administração”, adianta a análise da entidade.

Ora, quando se analisam cargos executivos é possível observar que o mesmo não se verifica. “Dos 68 cargos de administração executiva, apenas 13,2% são desempenhados por mulheres. Ou seja, em 19 empresas só nove mulheres estão diretamente ligadas à gestão dos negócios”.

“Mas os números revelam que a situação da igualdade de género é ainda menos paritária. Das 72 mulheres presentes em conselho de administração, apenas 12,5% são executivas. Mais preocupante, tendo em conta todos os 227 cargos de  administração do PSI20, as nove administradoras executivas representam apenas 4% do total”, assume o BA&N.

Por exemplo, a Sonae é a única empresa cotada na bolsa de Lisboa a contar com uma presidente executiva, enquanto a EDP tem duas mulheres no seu conselho de administração executivo, ainda que as mesmas não pertençam ao conselho geral e de supervisão da empresa.

Tendo como base a lei, é possível perceber que as empresas colocam as mulheres em funções predominantemente não executivas. “Uma parte relevante destas administradoras vem do mundo académico, o que lhes permite assumir o papel de independentes, ou é acionista ou representante de acionistas”.

A análise realça ainda que o número de mulheres em funções de liderança em órgãos sociais ainda é diminuto. O BA&N analisou um total de 95 órgãos sociais e percebeu que apenas oito são liderados por mulheres.

Entre as mulheres de destaque estão Cláudia Azevedo na presidência executiva da Sonae, Clara Raposa na presidência do conselho de administração da Greenvolt e Paula Amorim na presidência do conselho de administração da Galp Energia.

A Sonae é a empresa que apresenta o maior peso de mulheres nas comissões executivas, dividindo-as por igual termo. A EDP conta com 40% de mulheres e a Novabase apresenta 33% de mulheres nas comissões executivas.

Nos termos das assembleias-gerais, a Galp Energia é a única empresa a ter uma mulher na presidência da assembleia-geral: Ana Perestrelo Oliveira.

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