O impacto global causado pela pandemia de coronavírus pode resultar na pior crise do setor de petróleo em 100 anos, avalia o presidente da petrolífera brasileira Petrobras. Roberto Castello Branco explica que as petrolíferas estão a ser duplamente afetadas pelo ambiente atual de negócios, em que tanto a procura como o preço do petróleo e derivados estão em queda, explicou a presidente da empresa estatal à Agência Brasil.
Castello Branco defende que sua percepção é de que se está a viver um momento sem precedentes.
“Isto é mais sério do que tivemos no passado. É talvez a pior crise sofrida pela indústria do petróleo em 100 anos. Não há fórmula para lidar com essa crise“, avançou o presidente da Petrobras no final da semana passada uma videoconferência com analistas e investidores para explicar respostas a esse cenário, citado pela Agência Brasil.
Roberto Castello Branco lembrou ter vivido outros momentos difíceis, como a crise da dívida dos países da América Latina nos anos 1980 e o choque financeiro de 2008.
O líder da petrolífera brasileira defende, no entanto, que se deve enfrentar a situação atual sem pânico, com transparência, agilidade e trabalho em equipa. “Temos de estar preparados para o pior cenário”, disse Castello Branco, destacando que a procura por combustíveis caiu significativamente no Brasil.
Sobre o mercado externo, o presidente da Petrobras previu o agravamento da crise nos Estados Unidos. E realçou que já há sinais de recuperação na China: “é importante, porque é o destino da maior parte de nossas exportações.”
Castello Branco e administradores da Petrobras avaliaram que ainda é cedo para prever que cenários serão produzidos pela crise, defendendo que as medidas anunciadas pretendem preparar a empresa para lidar com o preço do barril de petróleo a 25 dólares em vez de 40 dólares.
“A menos que aconteça algum evento inesperado, não prevemos uma recuperação significativa do preço do petróleo”, afirmou o presidente da petrolífera, reforçando que o cenário é de incerteza.
Sobre o programa de desinvestimentos, o presidente da estatal brasileira garantiu que haverá continuidade. Admitiu, porém, que o valor dos ativos foi afetado pela crise, sinalizando que será preciso analisar essa queda.
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