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Crise no setor de petróleo pode ser a pior em 100 anos, diz presidente da Petrobras

Presidente da petrolífera brasileira explica que as petrolíferas estão a ser duplamente afetadas pelo ambiente atual de negócios, atingido pela crise do Covid-19, em que tanto a procura como o preço do petróleo e derivados estão em queda, explicou o líder da estatal brasileria. Roberto Castello Branco defende que se está a viver um momento sem precedentes.
30 Março 2020, 08h00

O impacto global causado pela pandemia de coronavírus pode resultar na pior crise do setor de petróleo em 100 anos, avalia o presidente da petrolífera brasileira Petrobras. Roberto Castello Branco explica que as petrolíferas estão a ser duplamente afetadas pelo ambiente atual de negócios, em que tanto a procura como o preço do petróleo e derivados estão em queda, explicou a presidente da empresa estatal à Agência  Brasil.

Castello Branco defende que sua percepção é de que se está a viver um momento sem precedentes.

“Isto é mais sério do que tivemos no passado. É talvez a pior crise sofrida pela indústria do petróleo em 100 anos. Não há fórmula para lidar com essa crise“, avançou o presidente da Petrobras no final da semana passada uma videoconferência com analistas e investidores para explicar respostas a esse cenário, citado pela Agência Brasil.

Roberto Castello Branco lembrou ter vivido outros momentos difíceis, como a crise da dívida dos países da América Latina nos anos 1980 e o choque financeiro de 2008.

O líder da petrolífera brasileira defende, no entanto, que se deve enfrentar a situação atual sem pânico, com transparência, agilidade e trabalho em equipa. “Temos de estar preparados para o pior cenário”, disse Castello Branco, destacando que a procura por combustíveis caiu significativamente no Brasil.

Sobre o mercado externo, o presidente da Petrobras previu o agravamento da crise nos Estados Unidos. E realçou que já há sinais de recuperação na China: “é importante, porque é o destino da maior parte de nossas exportações.”

Castello Branco e administradores da Petrobras avaliaram que ainda é cedo para prever que cenários serão produzidos pela crise, defendendo que as medidas anunciadas pretendem preparar a empresa para lidar com o preço do barril de petróleo a 25 dólares em vez de 40 dólares.

“A menos que aconteça algum evento inesperado, não prevemos uma recuperação significativa do preço do petróleo”, afirmou o presidente da petrolífera, reforçando que o cenário é de incerteza.

Sobre o programa de desinvestimentos, o presidente da estatal brasileira garantiu que haverá continuidade. Admitiu, porém, que o valor dos ativos foi afetado pela crise, sinalizando que será preciso analisar essa queda.

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