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Covid-19. Hospital Dona Estefânia tem seis crianças em estado grave

“Nós pensávamos que esta doença não era grave na criança e que não íamos ter doença grave”, sustenta a responsável do serviço de Infeciologia do Hospital Dona Estefânia, que já recebeu 30 crianças com o vírus. Atualmente, seis crianças estão internadas em estado grave.
DR
31 Março 2020, 19h30

A responsável pelo serviço de Infeciologia do Hospital Dona Estefânia, Maria João Brito, admitiu à revista ‘Sábado’ que tem seis crianças internadas em estado grave. Em entrevista ao título semanal, a responsável da Infeciologia afirmou que já teve 30 crianças internadas no serviço com a infeção Covid-19, mas que de momento só as que estão em estado grave estão internadas.

De forma a humanizar o serviço às idades das crianças, Maria João Brito explica que a unidade tem intercomunicadores, sendo este um modelo de comunicação importante para “que, pelo menos, as mães e os miúdos mais velhos vejam a nossa cara do outro lado a falar”, e que são necessários mais equipamentos com câmara, pois para as crianças “é um pouco perturbador” não ver a cara do médico que o trata.

Ainda assim, a responsável do serviço de Infeciologia admite que continuam a existir menos crianças infetadas porque “é preciso ter recetores para o receber” e que “o número de recetores que existem no aparelho respiratório para receber é menor do que os adultos”, mas sublinha que a doença também já se está a manifestar de forma graves nas crianças, algo que pensavam não ser possível.

“Nós pensávamos que esta doença não era grave na criança e que não íamos ter doença grave”, sustenta, acrescentando que “nós temos doença grave na criança, hoje noutros países também já há reporte de crianças com gravidade e, embora as taxas de mortalidade sejam muito mais baixas, existem relatos de mortalidade infantil com este vírus”.

Questionada sobre se todas as 30 crianças que estiveram no serviço de Infeciologia tinham problemas de saúde prévios, a profissional admite que essa tem sido uma surpresa, uma vez que “só uma pequena minoria tem doença crónica” e que “a grande maioria dos doentes com gravidade que temos são crianças saudáveis”.

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