Através de mensagens transmitidas por videoconferência, o ministro dos Assuntos Exteriores alemão, Heiko Maas, e a secretária de estado da Cultura, Monika Grutters, sublinharam hoje a importância da homenagem às vítimas do regime nazi e da luta contra o esquecimento do Holocausto.
Mais de 20 mil pessoas morreram só no campo de concentração de Sachsenhausen, recordou Maas, lembrando que em média morria uma pessoa a cada três horas e que, se por cada pessoa assassinada se fizesse um minuto de silêncio, durante duas semanas não se ouviria um único som.
“Mas a luta contra o esquecimento não pode ser silenciosa. Como alemães, não podemos ficar calados quando a memória é difamada como culto de culpa, quando se convertem vítimas em criminosos, tanto aqui como no estrangeiro”, disse.
Para Maas, a responsabilidade pela história e o respeito pelas vítimas de extermínio nazi devem traduzir-se na obrigação de continuar a lutar contra os que negam ou relativizam o Holocausto.
Inicialmente estava previsto que Maas e o seu homólogo polaco, Jacek Czaputowicz, visitassem hoje sobreviventes e descendentes das vítimas de Sachsenhausen.
“Para imunizar a sociedade contra o veneno do ódio e do anti-semitismo, todos nós temos de ser testemunhas (…) Toda a história, todo o nome que salvamos do esquecimento torna-nos testemunhas. Testemunhas do que foi e testemunhas do que nunca mais deve ser repetido: Testemunhas que levantam a voz quando judeus e ciganos são atacados novamente nas nossas ruas” nos dias de hoje, acrescentou.
Maas acredita que a memória se traduz em “ser solidário com as vítimas e enfrentar com coragem os agressores”.
Para a secretária de Estado da Cultura, “é mais importante do que nunca lembrar o sofrimento incomensurável que ficou evidente para todos em abril de 1945 com a libertação dos campos de concentração”.
A responsável considerou ser “para sempre uma obrigação” recordar os crimes e comemorar as vítimas.
Monika Grutters lamentou que as comemorações da libertação de Ravensbrück, campo de concentração onde morreram cerca de 28 mil pessoas, se façam apenas de forma virtual.
Apenas o antigo campo de concentração de Bergen-Belsen será hoje palco de uma pequena cerimónia com poucas pessoas, entre as quais o chefe do Governo da Baixa Saxónia, Stephan Weil, e o presidente da associação das comunidades judias desse mesmo estado federado, Michael Fürst.
Bergen-Belsen, campo onde morreram cerca de 52 mil pessoas, foi libertado em abril de 1945 pelas tropas britânicas, enquanto os de Sachsenhausen e Ravensbrück, pelo exército vermelho.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 160 mil mortos e infetou mais de 2,3 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 518 mil doentes foram considerados curados.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
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