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CP despede diretor que se opôs a medidas que ameaçam segurança ferroviária

Após o diretor de material da CP, José Pontes Correia, ter alertado para a necessidade de imobilização de viaturas, este viu-se afastado do cargo. A administração da empresa decidiu que a manutenção dos rodados das automotoras elétricas seria feita em 2020.
  • Foto cedida
17 Dezembro 2018, 09h26

O diretor de material circulante da CP – Comboios de Portugal, José Pontes Correia, foi exonerado a 6 de dezembro depois de se ter manifestado contra um ato de gestão da administração da empresa que pode, na sua opinião, pôr em causa a segurança dos passageiros, noticia o ”Publico” esta segunda feira.

Em causa está a decisão de prolongar o ciclo de manutenção dos dado das UTE (Unidades Triplas Elétricas) em mais de 300 mil quilómetros do que aquilo que está previsto no programa de manutenção.

Estas automotoras deveriam recolher às oficinas ao fim de 1,7 milhões de quilómetros percorridos para que os seus rodados sofressem uma minuciosa vistoria e, em função do seu estado, fossem substituídos ou torneados para poderem voltar ao carris. Em outubro 2017, a CP chegou a ter 16 comboios parados em oficina para fazer essa intervenção, mas acabaram por voltar ao serviço sem terem sido revistos.

O problema é que, com a atual falta de material da CP – que tem provocado inúmeras supressões de comboios- isso significava imobilizar uma das frotas mais importantes da CP e lançar o caos, sobretudo no serviço regional, sobre a circulação dos comboios.

Devido às eleições de 2019, o “Público” explica que não é favorável para o Governo ver mais noticias sobre o mau funcionamento dos comboios, por isso, a solução foi adiar as imobilizações de material para 2020. Foi contra este cenário problemático que o diretor de material da CP, chamou a atenção para os riscos desta medida, mas acabou por ser afastado do cargo.

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