[weglot_switcher]

CP suprime 70 comboios na Linha de Sintra em três dias. “Isto é absolutamente intolerável”

O autarca de Sintra Basílio Horta lançou duras críticas à CP pelas supressões de comboios na principal linha suburbana de Lisboa que ocorreram em três dias esta semana. O autarca defende que os utentes estão perante “uma situação de justa indignação”.
16 Maio 2019, 11h10

A circulação ferroviária na Linha de Sintra registou, até ao meio da tarde de quarta-feira, mais 13 supressões de comboios, aumentando para 70 desde segunda-feira, devido à imobilização de material circulante, informou fonte oficial da Comboios de Portugal (CP).

De acordo com o gabinete de comunicação da CP, até cerca das 16:30, foram “suprimidos na Linha de Sintra 13 comboios, devido ao excesso de imobilizações de material circulante”. Estas supressões juntam-se às 57 registadas na segunda e terça-feira, confirmadas à Lusa por uma fonte oficial da empresa, afetando as ligações entre Lisboa Rossio-Meleças, Sintra-Alverca e Sintra-Oriente.

O presidente da Câmara de Sintra em declarações à TSF considerou “absolutamente intolerável” as supressões de comboios na principal linha suburbana de Lisboa recusando a atual política orçamental que trava a contratação de pessoal para manutenção do material circulante.

“O que está a acontecer em Sintra em matéria de transporte ferroviário é intolerável. Já falei com o senhor ministro Pedro Nuno Santos e estou inteiramente solidário com ele, porque é o primeiro a reconhecer que esta situação é intolerável”, afirmou Basílio Horta.

A situação agrava-se com a introdução do passe único, que fez aumentar “substancialmente a procura”. “Temos as estações apinhadas, comboios onde não se pode entrar. Temos conhecimento de que estão a tirar lugares dentro das carruagens”, clarificou o autarca do concelho mais populoso do país, com cerca de 400 mil residentes.

O autarca eleito pelo PS, em declarações à Lusa após ter falado com o ministro das Infraestruturas e da Habitação Pedro Nuno Santos, reagia à supressão mais de duas dezenas de comboios por dia, desde segunda-feira, levando os utentes “a uma situação de justa indignação”.

“O que me disse o senhor ministro é que até se está a pagar horas extraordinárias, o que é mais caro do que recrutar pessoal”, referiu o autarca que diz estar ao lado do ministro “num combate”. “Estou inteiramente solidário com ele”, admitiu Basílio Horta.

Fonte oficial da CP confirmou à Lusa que na última segunda-feira foram suprimidos 20 comboios na Linha de Sintra, para reparação e manutenção e que, na terça-feira, não se realizaram 24 até meio da tarde. Entretanto até às 16:30 de quarta-feira somou-se mais 13 supressões, totalizando cerca de 70 comboios que não circularam só esta semana.

“Não é viável, não é possível, o senhor ministro tem a nossa inteira solidariedade para recrutar o pessoal necessário para a EMEF [Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário], para que o material circulante possa ser reparado, para obviar esta situação absolutamente impossível de manter”, frisou o autarca.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.